A sífilis adquirida, aquela transmitida de uma pessoa para a outra durante o sexo sem preservativo, tem sido um assunto abordado frequentemente, em diversas situações. Uma delas, a Roda de Conversa, ocorrida em outubro do ano passado, mês em que se lembra o Dia Nacional de Combate à Sífilis. O momento foi de troca de experiências, mediada por especialistas das áreas de infectologia, obstetrícia, neonatologia, pediatria e clínica geral.
Em Parauapebas, de 2008 a 2018, houve uma evolução no número de casos de sífilis. A adquirida teve seu auge em 2017, com 96 casos confirmados, sendo a taxa de detecção de 47,44 casos por 100 mil habitantes.
Já o número de casos de sífilis em gestantes manteve-se com poucas variações, com o pico em 2015, quando apresentou 112 casos e taxa de detecção de 22,33 casos/1000 nascidos vivos. A sífilis congênita também apresentou poucas variações em seu número de casos, sendo o ano 2014 o de maior número, com 73 casos e taxa de detecção de 13,62 casos/1000 nascidos vivos.
Média Nacional é menor que de Parauapebas
Quando comparados aos números do País, esses resultados demonstram que Parauapebas apresenta elevado índice de incidência da doença. A maior taxa de detecção de sífilis congênita observada no Brasil foi de 8,6 casos por 1.000 nascidos vivos, em 2017. Número bem inferior comparado à maior taxa do município, que ocorreu em 2015. Durante o período gestacional, a sífilis leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por ano no mundo e aumenta o risco de morte prematura em outras 215 mil crianças. O Ministério da Saúde – MS em parceria com a Organização Mundial de Saúde – OMS e Organização Pan-americana de Saúde – OPAS preconiza até 0,5 caso de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos por ano como meta para a eliminação.
Sífilis adquirida
No ano de 2008, foram notificados 51 casos de sífilis adquirida, aumentando consideravelmente (80,39%) o número de registro nos anos subsequentes. Sua taxa de detecção oscilou bastante, apresentando redução entre os anos de 2008 e 2012, e posteriormente, um aumento, com pico em 2017, de 47,4 casos por 100 mil habitantes. Em 2018 houve redução pouco significativa comparado ao ano de 2017, apresentado 92 casos e taxa de 45,3 casos/100 mil habitantes.
Quanto à distribuição dos casos em relação ao sexo, entre os anos 2008 e 2018 houve uma predominância dos homens nos casos de sífilis adquirida, com média registrada de 61,02%; e, entre as mulheres, 38,98%. O ano que registrou maior número de casos no sexo feminino foi 2018 (33) e no masculino foi o ano de 2017 (68).
Acerca da faixa etária, ao analisar a série histórica de sífilis adquirida, em Parauapebas, esta se mantém ao longo dos anos com maior prevalência na população com idade entre 20 e 39 anos, o que reforça a necessidade de um monitoramento mais adequado, controle e intervenção na população sexualmente ativa, além de orientação e educação sexual voltada para esse público.
Com relação à raça/cor, os pardos apresentam maior número de casos em todos os anos, sendo confirmados 78 casos apenas em 2018; número justificado pelo fato de que a maioria, mesmo sendo negra, se declara de cor parda. O segundo lugar ficou com pessoas de cor preta, com 9 casos em 2018; seguida de 3 casos em pessoas brancas e dois em ignorados.
Quanto à escolaridade dos indivíduos confirmados com sífilis adquirida, em Parauapebas, no período analisado, os que declararam Ensino Fundamental incompleto e Ensino Médio completo são a maioria, representando em 2018, 28,89% e 26,67% dos casos, respectivamente.
Analisando o bairro de residência dos indivíduos confirmados com sífilis adquirida em 2018, verifica-se que os bairros Rio Verde e Liberdade são os que apresentaram maior número de casos, com 11 confirmados cada.
Os números e gráficos usados nesta matéria foram fornecidos pela Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Parauapebas.