Número de mortes em Parauapebas cai ao menor nível desde a pandemia

Quantidade de óbitos estabilizou na casa de mil. Desde fundação, Parauapebas sepultou tanta gente quanto uma cidade inteira de Curionópolis. Só na última década, quase 10 mil pessoas perderam a vida por motivos como infarto, AVC, diabetes, pneumonia, câncer, tiros ou facadas

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Elas desaceleraram. As mortes registradas em Parauapebas chegaram ao menor valor desde o pico alcançado em 2020 e 2021 em decorrência da pandemia do coronavírus, que fez a Capital do Minério ultrapassar, pela primeira vez, a marca de mil óbitos. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, após analisar dados preliminares do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Em 2023, último ano completo com dados disponíveis, Parauapebas computou 1.017 mortes, 52 a menos que o total registrado no ano anterior, 2022, quando foram apurados 1.069 óbitos. Porém, nada foi comparado com o total de falecimentos ocorridos em 2021: exatos 1.207, o número mais alto da série histórica e completamente fora da curva por consequência da pandemia de covid, que ceifou cerca de 300 vidas “além do normal” para o ano.

Em 2020, quando a pandemia teve pontapé, Parauapebas ultrapassou pela primeira vez a marca de mil mortes, com exatos 1.006 sepultamentos. Aquele ano só não foi pior porque a primeira morte por coronavírus ocorreu apenas em abril, e daí para frente as estatísticas começaram a explodir de fato.

No acumulado de uma década, entre 2013 e 2023, Parauapebas registrou 9.627 mortes — o que implica dizer que mais gente deixou de viver no município que a população viva inteira de 12 cidades do Pará, a exemplo de Pau D’Arco (7.296 habitantes), Palestina do Pará (7.086), Brejo Grande do Araguaia (6.985), Abel Figueiredo (6.302), Sapucaia (6.160) e Bannach (4.252), todas elas localizadas no sudeste do estado.

Desde que o município foi emancipado, em 1988, Parauapebas contabiliza 17.230 óbitos, o que equivale dizer que a Capital do Minério já enterrou praticamente uma cidade inteira do tamanho de Curionópolis em 36 anos.

VEJA OS DADOS DA MORTALIDADE EM PARAUAPEBAS EM UMA DÉCADA

(POR ANO E MORTE)

2013 — 718

2014 — 749

2015 — 764

2016 — 718

2017 — 783

2018 — 783

2019 — 813

2020 — 1.006

2021 — 1.207

2022 — 1.069

2023 — 1.017

De quê tanto morre o parauapebense?

De um total de 245 causas que levaram os moradores de Parauapebas à morte no ano passado, apenas seis delas respondem por 25% dos sepultamentos: infarto, morte por tiro, AVC, diabetes, câncer de pulmão e morte por facadas. Parece enredo de filme de terror, mas os dados precisam ser compreendidos para, assim, as causas que levam a óbito serem evitadas.

Atualmente, a principal causa de morte em Parauapebas é o infarto agudo do miocárdio, que enterrou 73 pessoas. Ele é seguido das agressões realizadas por meio de disparo de arma de fogo, que levou 56 cidadãos à morte. Já o acidente vascular cerebral, popular AVC, sepultou 36 pessoas, enquanto o diabetes do tipo mellitus enterrou 33. E em quinto lugar, empatados com 25 óbitos cada, estão o câncer de pulmão e brônquios e os assassinatos feitos com objeto cortante do tipo faca.

Outras causas de morte bastante expressivas entre os parauapebenses foram as sequelas de doenças cerebrovasculares (22 óbitos), a pneumonia (22), as infecções generalizadas (18), a insuficiência cardíaca (16) e as doenças pulmonares obstrutivas (16).

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