O jogo do acesso

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Papão encara o Tupi para defender vantagem e garantir vaga à Série B

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Desde o dia 29 de novembro do ano passado, quando empatou sem gols com o Sport Recife, na Ilha do Retiro, e teve o rebaixamento confirmado, que o Paysandu espera pela oportunidade de voltar à Série B do Campeonato Brasileiro. Quase um ano se passou e, às 15 horas de hoje (horário de Belém), o Papão volta a campo para tentar retornar à Segundona. Há uma semana venceu o Tupi-MG por 2 a 1, em Belém. O resultado garantiu uma vantagem mínima de jogar pelo empate, mas ela existe e favorece o time paraense. Ao time mineiro basta uma vitória pelo placar mínimo de 1 a 0 para seguir adiante e conquistar o acesso. Outro 2 a 1 leva a decisão para as penalidades. Uma vitória ou empate garante a vaga ao alviazul, que também fica com o acesso se perder por um gol de diferença, desde que o placar seja de 3 a 2, 4 a 3, daí em diante, por causa dos critérios de desempate.

Na partida no estádio Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora (MG), o Paysandu tenta fazer valer a arrancada final que teve nos jogos de volta desse Campeonato Brasileiro. Nos nove jogos referentes ao “segundo turno”, oito deles sob o comando mais uma vez de Mazola Júnior, a equipe paraense venceu cinco vezes, empatou duas e perdeu outras duas. Curiosamente, desses nove resultados, só um, se fosse repetido, tiraria a vaga bicolor, o 1 a 0 sofrido para o ASA-AL, dia 24 de agosto, pela 12ª rodada. Um levaria a decisão para as penalidades, o 2 a 1 para o Cuiabá-MT, dia 19 de setembro, pela 16ª rodada. Os sete demais todos favorecem ao Papão, mesmo as derrotas.

O Tupi tem seus números a favor, também. Das três derrotas que teve nessa Série C, nenhuma delas foi em casa. No Mário Helênio, foram apenas três empates (Macaé-RJ, Guarani-SP e Juventude-RS, todos por 1 a 1), e seis vitórias. Até perder para o Paysandu na semana passada, o Galo Carijó defendia uma invencibilidade de 13 partidas, tendo alcançado a segunda melhor campanha dentre os times da primeira fase. É um cartel de respeito.

O equilíbrio é patente. Para o site de estatísticas esportivas Chance de Gol (chancedegol.uol.com.br), o Paysandu aparece com 50,5% de chegar à semifinal, ou seja, de garantir o acesso logo mais. Ao Tupi resta 49,5% de chances. Para a partida, o site do estatístico Marcelo Leme de Arruda crava o time mineiro com chances de 57,4% de vencer, com o empate e uma vitória bicolor com 23,2% e 19,4%, respectivamente. Isso com uma vitória do Galo, dependendo do resultado, ainda assim beneficiar ao Papão.

Entre os jogadores, esses números são coisas para analistas. Tudo será decidido dentro de campo, por quem correr mais e estiver num dia mais feliz. “A primeira decisão já foi e temos que ter tranquilidade agora. Temos uma vantagem que não é grande, por isso teremos que saber administrar isso”, afirma o atacante Bruno Veiga, autor de um gol em Belém. “Atenção terá que ser total. Uma bola pode decidir o jogo. A gente estava vencendo de 2 a 0 e o terceiro estava mais próximo quando levamos aquele gol. Um lance, uma bola decide um título”, finaliza o meia Héverton.

Dirigentes usam suposto ataque como motivação

Pelas redes sociais, dirigentes do Tupi-MG afirmaram que na saída do Mangueirão, semana passada, o ônibus que levava a delegação mineira foi atingida por latas e pedras. Ninguém chegou a se machucar, felizmente, mas o episódio vem sendo usado para motivar os jogadores. Cerca de 110 policiais que farão a segurança interna e externa no estádio Radialista Mário Helênio, que até ontem teve vendido 8 mil dos 18 mil ingressos à disposição. Já será o melhor público do Galo Carijó na competição.

Dentro do elenco do Tupi, o assunto é tocado com cuidado. “O time deles venceu o jogo e eles não tinham nada que fazer aquilo. Essa violência prejudica, acaba com o futebol. Por isso eu torço para que isso não aconteça aqui. Temos que vencê-los dentro de campo, sem pressão deste tipo”, afirmou o volante Genalvo, que não nega que o ocorrido pode ter esse fator de motivação. “Isso nos motiva sim. O susto foi grande e isso mexeu com o grupo, porque todos ficaram chateados com o que ocorreu. A nossa motivação para este jogo é muito grande e vamos buscar este acesso para o clube”.

Para o técnico do Paysandu, Mazola Júnior, ao mesmo tempo em que o ato deve ser reprovado, não deve também ser supervalorizado. Segundo ele, justamente o que foi feito pelos adversários. “O que aconteceu com o Tupi aqui já aconteceu várias vezes conosco. Time grande está acostumado com lata de cerveja no ônibus e nunca valorizamos isso”, disse. “Infelizmente, são situações normais do futebol brasileiro. Assim como eles passaram por esse calorzinho aqui, passamos várias vezes no ano e nunca criamos nenhum clima de guerra. Estamos preparados para o que der e vier. Esperamos que tudo seja resolvido dentro de campo”.

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