Um culto advogado mineiro, depois de ler os comentários colhidos no post "Curtas", envia o texto abaixo, solicitando especial atenção da querida leitora Fermina Daza e do, não menos querido, "papagaio".
NÓIS É JECA MAIS NÓIS É JÓIA!!!!!
O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
"Seo Gomis, o criente de belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa.
Faiz favor toma as providenssa.
Abrasso,
Nirso"
Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro:
"Seo Gomis, os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo que mandá mais treiz mil pessa. Amanha to xegando.
Abrasso
Nirso"
No dia seguinte:
"Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deis mil em beraba.
E to indo prá brazilha."
No outro:
"Seo Gomis, brasilha fexo 20 mil. Vo pra frolinopolis e de la pra sum palo no vinhão das cete hora.
Vai la pra mode mi buscá, na parada dele.
E assim foi o mês inteiro.
O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor.
O presidente, um homem muito preocupado com o desenvolvimento da empresa, e com a cultura dos funcionários, escutou atentamente o gerente e disse que tomaria as providências necessárias. E tomou. Redigiu de próprio punho um aviso que afixou no mural da empresa, juntamente com os faxes do vendedor:
"A PARTI DE OJE NOIS TUDO VAMO FAZÊ FEITO O NIRSO. SI PRIOCUPÁ MENUS EM INSCREVER SERTO MODI DI VENDÊ MAIS.
ACINADO : O PREZIDENTI.
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4 comentários em “O Nirsô”
Aliás, exemplo disso o que falei acima é o Zé Dudu. Só agora, depois dos ‘trinta’, descobriu a veia jornalística; melhor dizendo, o talento para comunicação…
rsrs
Dos 30 ? Valeu amigo!!!
Acho que a ‘moral da história’ aí não é a desimportância com a gramática visando unicamente o lucro. Entendi que o presidente da empresa vislumbrou no ‘Nirso’ uma boa capacidade na arte de vender e resolveu impulsionar o que ele tem de melhor. O que aliás, é o que falta hoje em dia. Vê-se talentos desperdiçados, cuidando de coisas pra as quais as habilidades são outras. Muitas vezes deixamos o talento atrofiar porque não conseguimos reconhecê-lo.
De fato, é uma boa piada sobre não importar-se com os meios (a escrita incorreta) desde que os fins (a venda) sejam atingidos. Mas como fazer no caso do ofício de jornalista ou de escritor em que o meio (a escrita) é o próprio fim?
Fermina Daza