Com uma diversidade cultural, florestal e animal fantástica, além de ser privilegiado com portos mais próximos dos principais mercados do agronegócio: EUA, China e Europa, o Pará é considerado a última fronteira agrícola, de sustentabilidade e logística do Brasil. No Pará, 30% do Produto Interno Bruto, vem do agronegócio. O PIB do agronegócio cresceu 0,6% em fevereiro de 2016 e acumula alta de 1,09% nos primeiros dois meses de 2016, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
Na primeira reunião dos gerentes, após assumir a diretoria geral da Adepará em abril de 2015, o médico veterinário Luciano Guedes comentou: “O Pará pode triplicar a sua produção agropecuária sem derrubar nenhuma árvore, apenas com tecnologia e trabalho. Nós temos as melhores condições edafoclimáticas. Ou seja, o Pará tem a vantagem geográfica. Terra plana, água, chuva, sol, tudo na medida certa, todos os meses do ano, além da maior reserva de água doce do planeta”. A produção de mel de abelha, por exemplo, cresce em larga escala, devido a características favoráveis do clima e da flora da Amazônia. A área plantada com soja e milho no Pará deve ganhar de 300 mil a 500 mil hectares ainda nos próximos cinco anos. O maior incremento será no Oeste do Pará, com a incorporação de áreas que já foram agricultáveis ou destinadas à pecuária.
Ao todo, 95% da carga de boi vivo que é exportado do Brasil, hoje, sai do estado do Pará. Além de recordes de produção em diversos setores, é também destacado nacionalmente, e principalmente, na produção da fruticultura. E está crescendo. É o maior produtor de açaí do Brasil. Também se destaca em ser o segundo maior produtor de cacau, com 26% da produção nacional, com perspectivas de, em breve, alçar o 1º lugar, devendo duplicá-la até o ano de 2020. Tem também 74% da produção de pimenta e 18% da produção de mandioca. O maior produtor nacional de dendê respondendo por 90% da produção. Em 2015, a alta da produção de grãos na região Norte foi de 22,1%, enquanto no Centro-Oeste foi de 8,3%. No Sul, o avanço foi de 7%. O Nordeste cresceu 5,4% e o Sudeste, 5%.
O arranjo produtivo de frutas do Estado do Pará é considerado um dos mais dinâmicos quanto às possibilidades de desenvolvimento na forma de sistemas agroflorestais sustentáveis, envolvendo comunidades e pequenos produtores.
PRINCIPAIS FRUTAS |
PRODUÇÃO |
RANKING NACIONAL DE |
Açaí (tonelada) |
706.488 |
1º |
Cupuaçu (tonelada) |
41.142 |
1º |
Abacaxi (mil frutos) |
248.772 |
2º |
Cacau (tonelada) |
52.376 |
2º |
Coco (mil frutos) |
230.873 |
4º |
Banana (cacho) |
539.979 |
6º |
Esses números, em constante crescimento que podemos perceber no agronegócio do Pará, é significativo, para um estado que não tinha o Agronegócio desse tamanho há exatos cinco anos atrás. É o Pará colhendo o que planta.
Ser do Campo – Essa alteração no eixo produtivo mudou parcialmente o cenário do campo paraense. O interior, aos poucos, vai ganhando mais estrutura, melhores condições para as famílias serem criadas, como colégios e faculdades, por exemplo, que têm nas metrópoles. A qualidade de vida vem fazendo com que as novas gerações de empreendedores rurais prefiram permanecer em casa, quando não voltarem após concluírem o curso superior. A própria indumentária do homem do campo, o clássico chapéu-bota-fivelão, voltaram a dar as caras, junto com as versões mais “urbanizadas”. Eles se assumem como “Homem do Campo”, sem a vontade de mudança.