A eleição para a mesa diretora da Câmara Municipal de Parauapebas se deu hoje (23) e novamente mostrou a fragilidade e incapacidade de articular do atual governo municipal. Sem pensar no futuro, o PT dividiu os cargos na mesa com seus principais opositores.

A mesa diretora é o órgão diretivo da Câmara Municipal, constituída pelo presidente, vice-presidente, primeiro secretário e segundo secretário, eleitos por seus pares e, assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos.

Nesse ponto, da proporcionalidade, a mesa hoje eleita cumpre fielmente o que reza o bom senso democrático eleitoral. Todavia, na prática isso normalmente não acontece. Trazer para compor a mesa os vereadores Odilon Rocha e Faisal Salmen foi demonstração de  fraqueza tanto da bancada da situação, que tem quatro vereadores do PT e ainda os vereadores Wolner Vagner e Percília Martins, ultimamente beneficiados com as bênçãos governamentais, indicando respectivamente os diretores da SEMMA e SAAEP, quanto do gestor municipal.

Foram gastos verdadeiras fortunas na campanha de 2008 para que fosse feita a maioria e elegeram-se, beneficiados pelo financiamento municipal, os vereadores petistas Euzébio, Raimundo Vasconcelos, Miquinhas e José Alves, além de Wolner (PSDC), Massud (PTB) e Adelson (PDT).

Nada mais justo que essa bancada até então governista, pois depois de quebrado o acordo que levaria o vereador Massud à presidência em 2011 ela não se manterá, ficasse com a maior parte da mesa.

Fato é, que 2011 será um ano atípico. Massud e Faisal prometem ser ferozes oposicionistas ao atual governo visando a preparação de um discurso para 2012. Darci promete tirar o PDT do governo, fato que levará o até então quieto Adelson a colocar as mangas de fora e se juntar aos dois pseudo-oposicionistas.

Outro ponto a ser mencionado é a manutenção da vontade do diretório municipal do PT, que, contrariando a maioria esmagadora dos vereadores, que preferiam José Alves,  manteve o nome do presidente eleito e descartou de vez o companheiro de partido José Alves de sequer almejar uma candidatura.

Darci e parte do PT local menosprezam de forma contumaz a tendência petista AS – Articulação Socialista, que tem como líder municipal o deputado eleito Milton Zimmer, cujo poder de chegar ao objetivo é estatisticamente o melhor entre todas as tendências petistas que aqui militam. Senão vejamos: a AS se propôs eleger dois vereadores em 2008 e assim o fez, elegendo José Alves e Miquinhas. Propôs-se embrenhar-se na até então falida candidatura de Milton Zimmer em 2010 e o objetivo novamente foi alcançado.

Mesmo internamente articulada em prol dos objetivos, a AS não consegue se estabelecer dentro do governo do “companheiro” Darci. Segundo alguns membros, não por falta de articulação, mas em virtude de não querer que a ela seja atribuída a fama de ajudar a destruir o governo.

Ora, se Darci e o PT local não conseguem unanimidade nem entre os seus, como cobrar que se unam para acabar de vez com as supostas oposições que doravante poderão se formar para minar o governo e destituí-lo em 2012?

É pedir muito!

Nos bastidores, silenciosos agentes políticos trabalham em torno de um consenso na escolha do nome que sucederá Darci Lermen. Por enquanto o provável sucessor sairá da pequena lista que tem Raimundo Neto, Antônio Neto, Coutinho, Euzébio, Milton Zimmer e Hernandes Margalho. O jogo de interesses entre os postulantes promete fazer de 2011 o ano em que o próprio PT se destruiu, ou, o ano em que o PT, democraticamente, se uniu em torno de um único nome.

Aos pretensos candidatos oposicionistas só lhes resta aguardar, movimentar cautelosamente as peças desse xadrez, muitas vezes mal jogado, que se tornou a política local e esperar que o pior aconteça com o PT local, que já não terá a governadora no poder e terá que jogar contra a máquina estadual.

O vencedor? Quem viver verá!

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