O discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, além de informar as políticas econômicas, internacional e dos direitos humanos adotados pelo Brasil, focou a participação e a importância feminina para a melhoria de vida no país e no mundo.
Ao falar do futuro, Dilma Rousseff anunciou que “este seria o século das mulheres, onde a igualdade de gênero deve ser condição imprescindível ao desenvolvimento econômico e social do País”. Um país que adiantou muito nos últimos anos no tratamento com o “sexo frágil”, criando leis exclusivas na tentativa de recuperar anos de esquecimento e submissão. Um país que, tendo uma mulher no comando, deve confirmar esse compromisso público com a melhoria de vida de nossas esposas e filhas.
Contrapondo esse discurso, o que se viu durante a semana que revelou a força internacional da mulher brasileira, representada por Dilma em Nova York, foi o abuso de uma adolescente de 14 anos em uma penitenciária paraense, mostrando que, apesar do discurso, ainda há, pelo menos no Pará, muita desigualdade em relação as mulheres e a notória incapacidade de um Estado falido em proteger crianças pobres e famintas e garantir que a lei seja cumprida. Sabe-se lá se por seu tamanho e consequente ingovernabilidade, se por incapacidade do gestor ou por simples falta de vontade.
Resta-nos torcer para que os discursos se tornem realidade e que nossos governantes assumam os erros, punindo os envolvidos não só com a perda do emprego, mas que a lei seja rigorosamente aplicada, até como forma de exemplo para os que administram nossos presídios e cadeias. Que eles sintam que não haverá impunidade quando as funções forem mal cumpridas, seja por desleixo, descaso ou preguiça.