Quando os portões da Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc) foram arrombados, no dia 14 de janeiro, por um grupo de indígenas, a causa bradada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp), Beto Andrade, era a dos indígenas. A pergunta que fica é: quando isso mudou? Após nove dias de ocupação do prédio da Seduc, as causas se confundem e os indígenas seguem sendo usados como um escudo para as intenções do Sintepp e do PSOL.
Como a causa que levou os indígenas ao extremo de arrombar e invadir um prédio público era a informação de que o Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) seria extinto, o governo do Pará foi ao auditório da Seduc para se reunir com as lideranças indígenas sobre este assunto. Ali, mostrou que a Lei 10.820 não tem uma linha sequer cancelando o SOME ou colocando qualquer outra informação por cima.
Em contrapartida, os indígenas pediram a criação de uma lei específica detalhando o funcionamento do SOME como garantia. O governo publicou, na última terça-feira (21), um decreto criando o Grupo de Trabalho formado por técnicos e lideranças dos povos indígenas e do governo.
Veja abaixo a composição do Grupo de Trabalho, que será presidido pelo Procurador-Geral do Estado, Ricardo Seffer:
CASA CIVIL
- (Walter Costa Junior), assessor jurídico;
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
- Stephanie Flávia Ferreira de Carvalho, secretária adjunta de Planejamento e Finanças;
- Veraneize dos Anjos Alves, coordenadora da Educação Escolar Indígena;
SECRETARIA DE ESTADO DOS POVOS INDÍGENAS (SEPI)
- Fábio Oliveira, ouvidor dos Povos Indígenas;
- Jamilly Braga, coordenadora Jurídica Socioambiental;
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO (SEPLAD):
- Thainná Magalhães de Alencar Vieira, secretária adjunta de Gestão de Pessoas;
- Anna Cláudia Malcher Muniz, coordenadora de Carreiras e Remuneração;
- Waldecir Oliveira da Costa, analista de Gestão Pública;
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO (PGE):
- Bruno Maia Pereira, procurador do estado;
- Gustavo Tavares Monteiro, procurador do estado;
- Roberta Carvalho da Silva, procuradora do estado;
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA):
- Joelma Cristina Parente Monteiro Alencar, coordenadora do Núcleo de Formação Indígena;
FUNDAÇÃO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO PARAENSE (ADEP):
- Marcelo Thiago França Roque Ribeiro, diretor de Projetos Educacionais;
REPRESENTANTES DA DIRETORIA EXECUTIVA DA FEDERAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS – (EPPA):
- Concita Sompré, presidente;
- Ronaldo Manayé, tesoureiro;
REPRESENTANTES DOS POVOS INDÍGENAS DE CADA UMA DAS 8 ETNOREGIONAIS DA FEDERAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS (EPPA):
- Belém/Guamá;
- Marabá/Tucuruí;
- Novo Progresso;
- São Félix/Redenção;
- Altamira;
- Itaituba/Jacareacanga;
- Oriximiná;
- Baixo Tapajós.
A nomeação dos representantes referidos será feita por ato do gestor da Seduc, a partir de indicação da Federação dos Povos Indígenas.
Se o governo aceitou o pedido dos manifestantes, por que eles permanecem na Seduc? Esta resposta está conectada a outra pergunta: o que o Sintepp e o PSOL continuam fazendo nos corredores da Seduc? Pois bem! A resposta pode ser resumida em um neologismo popular: POLITICAGEM!
PSOL + SINTEPP
O Sintepp é presidido por Beto Andrade, que é candidato do PSOL em Ananindeua, cidade que tem como prefeito o doutor Daniel Santos, oposição declarada do governo do estado. Se não fosse o suficiente, o movimento do PSOL ainda conta com as deputadas de Belém Livia Duarte e Vivi Reis, além da ex-deputada Marinor Brito, todas a mando do ex-prefeito Edmilson Rodrigues.
Nos bastidores da política, o que se comenta é que o interesse do PSOL é de tentar atacar o governo para apresentar um representante de oposição na próxima eleição. Vai ver é por isso que Vivi Reis, Marinor Brito e Livia Duarte estão se estapeando para ver quem aparece mais nas redes sociais com esse assunto.