O projeto Cultura na Praça vai apoiar jovens de três municípios do sudeste do Pará, na produção de curtas-metragens. O projeto, que conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, vai oferecer oficinas de capacitação e criação audiovisual para quatro turmas de três comunidades dos municípios de Bom Jesus do Tocantins, Curionópolis e Canaã dos Carajás.
A primeira comunidade beneficiada é a Vila São Raimundo, em Bom Jesus do Tocantins. “A intenção é ensinar os jovens a fazer cinema na prática e a partir de suas próprias histórias”, explica o coordenador do Cultura na Praça, Gilberto Scarpa.
As oficinas contam com a orientação do cineasta Cris Azzi. Os alunos participam ativamente de todas as etapas de produção, desde a escolha do tema até a montagem final. O resultado de cada oficina é um filme em curta-metragem sobre o patrimônio cultural material e imaterial do lugar.
Segundo a gerente do Instituto Cultural Vale, Christiana Saldanha, o objetivo do projeto é levar a cultura onde ela estiver. “E por isso patrocinamos o Cultura na Praça, que promove encontros pautados na valorização de diversas culturas, de suas raízes e identidades locais, com vistas à transformação social. Com a formação de grupos de jovens e construções coletivas de conteúdos audiovisuais, proporcionamos a troca e aprimoramos a reflexão e a interação com as suas culturas”, destaca a gerente.
Uma das participantes da oficina em Bom Jesus Tocantins, a estudante Eloá Santos, de 12 anos, quer aprimorar seus conhecimentos técnicos e seguir produzindo audiovisual para as redes sociais. Ela conta que já foi youtuber, mas que agora é tiktoker.
“Os vídeos que faço não são exatamente cinema, mas o jeito de fazer é parecido, e tenho certeza que eles vão ficar bem melhores depois dessa experiência”, avalia a estudante.
Já Evelly Lima Costa, de 17 anos, não tem qualquer experiência com produção audiovisual, mas espera que o curso possa ajudá-la a superar a timidez, problema que cresceu devido à pandemia. “Eu quero aprender a me expressar melhor, a ser mais eu. Espero que o cinema possa me ajudar nisso”, acredita.
Após as filmagens na Vila São Raimundo, o projeto segue para a Agrovila Nova Jerusalém, em Canaã Dos Carajás, e depois Serra Pelada, em Curionópolis. Famosa pela corrida do ouro na década de 1980, Serra Pelada contará com duas turmas e, consequentemente, serão realizados dois filmes por lá.
“Serra Pelada é nacionalmente conhecida pelo seu passado, mas será muito interessante mostrar como está a comunidade hoje, ainda mais através dos olhares de seus jovens moradores”, explica o cineasta e professor Cris Azzi.
Além do Pará, o projeto circulou também em comunidades do interior do Maranhão. As oficinas ocorreram nas comunidades de Vila Tropical/Verona, em Bom Jesus das Selvas; Francisco Romão e Pequiá de Cima, em Açailândia; São João do Andirobal, em Cidelândia, e na Vila São Raimundo, em São Pedro da Água Branca. Em cada uma dessas comunidades, os alunos conceberam e produziram um filme diferente.
Filmes serão exibidos nas comunidades e online
A última etapa do projeto será a exibição dos documentários produzidos durante as oficinas, o que ocorrerá tanto na sala de cinema virtual “Cine Babaçu”, plataforma de exibição on-line do Cultura na Praça (culturanapraca.art.br), como em sessões especiais nas comunidades. Apesar da limitação de público imposta pela pandemia de COVID-19, os alunos e poucos convidados terão a oportunidade de assistir ao filme na tela grande de cinema.
Segundo a Vale, a realização das sessões de cinema presenciais está condicionada à análise dos níveis de transmissão pela Covid-19 no local e ao procedimento determinado por decretos estaduais e municipais, à época da exibição. O projeto Cultura na Praça é viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e apoio do Centro Cultural Tatajuba; e realização da Vivas Cultura e Esporte e Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.
Tina DeBord- com informações da Vale