No centro da capital do minério, a agricultura familiar e os pequenos empreendedores se juntam em um espaço que há oito anos faz parte do dia a dia da vida dos canaenses. “Eu vou montar o meu negócio sobre tempero, aí eu vim e assim eu fiz”. Foi assim que Gleiciane Gomes, depois de conhecer a zona cerealista em São Paulo, decidiu que iria se tornar uma empreendedora, e desde 2016 ela está na Feira do Produtor e Mercado Municipal Clarindo Moraes da Silva deixando mais saboroso o prato dos seus clientes.
No dia 17, se celebram oito anos desde a inauguração da feira, considerada um ponto estratégico para a economia local, o espaço une quem produz ou colhe a própria mercadoria com quem prefere produtos mais frescos ou artesanais, além de também ter comidas caseiras, típicas da região, e uma variedade de outros produtos comercializados neste espaço.
Gleiciane chegou no município quando tinha apenas 10 anos, e nesses mais de 20 anos ela passou 10 trabalhando no setor privado, mas como a mesma diz “comparado da onde eu estava, para mim é muito melhor aqui”. Ela abastece seu negócio com produtos vindos de fora, mas também produz seus próprios temperos. “O povo procura muito por aqueles tradicionais, que na verdade é marca, né? […] Falei assim: rapaz, então eu vou fazer o meu, que é um sal temperado e ervas”. E os ingredientes que ela usa são mais naturais e sem conservantes.
Recomeçar a vida como feirante não é algo que só a Gleice fez. Regiane Pereira perdeu o emprego durante a pandemia, e decidiu se juntar a sua irmã, que já trabalhava na feira, e hoje ela diz que não quer seguir outra profissão.
“Já tem quatro anos que eu tô na feira, e hoje eu não deixo mais de ser feirante, porque foi na feira onde eu me identifiquei, onde eu me achei”. Ela compra frutas e verduras de produtores locais, fortalecendo a economia e levando qualidade e saúde para a mesa dos munícipes
Mulheres fortes e decididas estão se jogando no mundo do empreendedorismo, enquanto outros feirantes ajudam a fortalecer um negócio de família. Anderson Santos, junto de seu pai, vendem açaí batido e vários tipos de farinha. Após deixar seu emprego em um açougue, decidiu ajudar o pai no negócio da família. Nesses dois anos, ele já decidiu que não quer mais deixar de ser feirante “É bom, tem um rendimento bom, mesmo que alguns clientes falam do preço, mas isso é normal”
A secretária de Desenvolvimento Econômico de Canaã, Fernanda Ferreira destacou que a feira, nesses últimos anos, se consolidou em Canaã.
“É uma feira em que há uma movimentação de mais de 10 milhões por ano em vendas, então a gente tem um giro muito grande na nossa economia, reforçando a importância de espaços que valorizam a economia local”, disse.
A Feira do Produtor e Mercado Municipal está em uma nova localidade, agora na Rua das Orquídeas, s/n, no Bairro Novo Paraíso ao lado do bosque Gonzaguinha. Pois o prédio original está sendo reformado.
“Uma reforma que vai trazer toda uma modernidade para a nossa feira, um conforto melhor para os nossos permissionários que lá trabalham e também para a nossa população” disse a secretária.
As melhorias envolvem a climatização, padronização das bancadas de hortifrutis, a ampliação dos boxes de açougue e pescados, ajuste nas partes elétricas e sanitária também, para que Gleiciane, Regiane e Anderson e todos os feirantes, continuem esse trabalho tão importante de uma forma mais confortável, para eles e também para seus clientes. Nesse espaço tão essencial para a economia de Canaã.