A Polícia Civil cumpriu, na manhã desta terça-feira (27), cinco mandados de prisão preventiva na região, durante a Operação Império Obscuro, que investiga corrupção ativa, lavagem de capitais, fraudes tributárias, formação de cartel e comercialização de armas de fogo, entre outros crimes. Foram presos: Cezar Randolfo Pimentel Alves e Randolfo Alves de Campos Neto, ambos em Tucumã; Anilton Vieira dos Santos, em Marabá; e Jhonson dos Santos Barbosa e Welington Albuquerque, esses dois em São Félix do Xingu. Dois alvos da operação ainda estão foragidos, mas, a polícia está à procura deles.
Foram expedidos pela Comarca de Tucumã, mandados de busca e apreensão para 21 locais, entre eles, residências, casas de veraneio, propriedades rurais, empresas e na Secretária de Meio Ambiente de São Felix do Xingu, tendo sido coletado vasto material que serve como prova das fraudes.
Cezar e seu filho Randolfo são os principais alvos da operação e centro de todo o trabalho investigativo. Anilton é contador de Cezar e atua como intermediador de pagamento de propina para diversos servidores públicos. Jhonson dos Santos Barbosa é braço direito do alvo principal e Welington Albuquerque foi flagrado com armas de fogo e munições, além de participar de esquema de comercialização de armas.
Propina e Sonegação
Os alvos principais da operação constituíram vultosos patrimônios, amealhados por meio de sonegação fiscal e ocultação de patrimônio, contando para isso com a colaboração de servidores públicos, para os quais pagavam propina. Foi possível, segundo a Polícia Civil, identificar diversas pessoas que atuavam como intermediários corrompendo servidores da Sefa (Secretaria de Estado de Fazenda), Adepara (Agência de Defesa Agropecuária do Pará) e Sema (Secretária do Meio Ambiente de São Félix do Xingu).
Quinta Parte
As provas e indícios colhidos na investigação, referentes aos servidores da Sefa, serão remetidos à Vara do Crime Organizado para fundamentar o processo resultante da Operação Quinta Parte, efetuada pela Polícia Civil em 2016.
Em relação à Sema de São Felix do Xingu, as investigações apontaram um elaborado esquema em que, mediante recebimento de propina, servidores públicos estariam expedindo autos de infração de baixo valor e licenças ambientais com datas retroativas.
Essa era uma forma de livrar os sonegadores de sanções aplicadas pelos órgãos de fiscalização ambiental federal. Elementos concretos foram colhidos nas investigações, provando a participação de diversos fiscais e do ex-secretário do Meio Ambiente de São Félix, com participações de políticos em advocacia administrativa. As investigações prosseguem para identificar outras práticas criminosas e outros autores envolvidos no esquema mencionado.