A construção civil na capital do minério entrou 2019 com o pé direito e assim vai terminar o ano. A julgar pelo número de contratações registrado pelo Ministério da Economia, por meio de seu Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, Parauapebas está se reconstruindo de uma recessão econômica iniciada em 2015, com a baixa no preço do minério de ferro, e que tornou azedo aquele ano, bem como 2016 e 2017, em se tratando de contratações.
Entre 2015 e 2017, mais de 5.100 empregos com carteira assinada foram enterrados no município nos entulhos de uma crise que deixou de ser restrita apenas ao minério e tornou-se nacional, com o fechamento em massa de postos de trabalho em todo o país.
Na reviravolta que hoje coloca o município como um dos dez que mais geram oportunidades com carteira assinada Brasil adentro, Parauapebas segue este ano com 3.660 vagas abertas, a maioria na construção civil. Embalada em obras dos setores público e privado, centenas de trabalhadores têm sido empregados no município, cuja economia ainda se esconde perigosamente atrás da indústria extrativa mineral encabeçada pela multinacional Vale, rainha global da produção de minério de ferro.
O Blog do Zé Dudu fez um levantamento dos empregos criados no município este ano, de janeiro a julho, e constatou que 1.944 oportunidades foram abertas na construção civil. Esse resultado faz de Parauapebas o 8º melhor polo nacional de empregos para serventes de obras, pedreiros e armadores de estrutura de concreto, por exemplo.
Vale lembrar que o Brasil possui 5.570 municípios e estar entre os dez, como Parauapebas, só mostra o poder financeiro elevadíssimo para movimentar trabalho e renda. No Pará, o segundo colocado é o município de Marabá, que abriu 774 postos de trabalho na construção civil com carteira assinada este ano, a 34ª melhor situação nacional.
Postos de trabalho
O Blog do Zé Dudu compilou as 24 principais profissões da construção civil que estão bombando em empregos no momento (confira a tabela neste texto). A função de servente de obras contratou em julho 184 trabalhadores de uma tacada só, com salários na carteira que partem de R$ 1.083 — mas superam R$ 2 mil com horas-extras e outras vantagens. Outra ocupação que contratou bastante no mês passado foi a de montador de máquinas de construção, com 105 admissões via CLT e inicial média de R$ 1.711.
Na área de construção, as melhores médias, além dos engenheiros civis (cujo salário médio varia de R$ 7 a 10 mil), são as das funções de encarregado (R$ 3.207) e mestre de obras (R$ 3.164). Mas aí o número de vagas já fica menor: 23 e 11 foram contratados para as respectivas funções.
Apesar desse superciclo que Parauapebas experimenta atualmente, convém lembrar que os números locais de emprego devem cair nos próximos meses, notadamente puxados pela própria construção civil, que agora coloca o município no auge. Isso porque as obras civis sempre têm início, meio e fim, com período médio de atividade geralmente em torno de 12 meses (a depender do porte do empreendimento), o que produz desligamentos em massa quando uma construção é concluída, na mesma intensidade com que se admite.
Em se tratando de mercado de trabalho na construção civil, não é estranho que determinado município — principalmente aqueles com economias menos sólidas ou dependentes de um produto ou commodity apenas — passe em pouco tempo do que mais contrata para o que mais demite. Foi assim com Altamira, durante as obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, e com Canaã dos Carajás, durante a implantação da estrutura física da mina de S11D. Ambos chegaram ao topo da geração de empregos no país e, meses depois, enfrentaram a onda de demissões que os empurraram para a condição de demissionários.
1 comentário em “Oportunidades: Construção civil em Parauapebas volta a sacodir poeira e dar volta por cima”
a ondem e essas vagas de empregos poq no sine de parauapebas nao e ,todos os dias e lotados de gente esperando uma vagar pessoas domindo na porta do sine.. eu era um desses.. conseguir mais pelo sine..