Brasília – Não houve vítimas no desabamento de todas as sacadas da seção direita do Edifício Cristo Rei, um imponente prédio de luxo, revestido de mármore branco rajado, no bairro da Cremação, em Belém, neste sábado (13), confirmaram autoridades que estão no local.
No início da tarde, um estrondo ecoou, sendo ouvido com aflição por moradores da Avenida Braz de Aguiar, considerada a mais chique da capital do Pará. Assustados, não sabiam que o estrondo era a resultante do desabamento das sacadas, que desde a cobertura caíram como um castelo de cartas. Ao menos outras doze no lado direito do prédio ruíram, produzindo um som de fim do Mundo.
Charles Tuma, que nos anos 80 tinha um confortável quarto no edifício em que seus seus pais moram, decidiu almoçar com a mãe e testemunhou o acontecido. Imediatamente a conduziu, junto a uma colaboradora que lá trabalha, a descer as escadas em direção ao térreo.
Segundo residentes, havia uma obra na cobertura para instalação de sistema de envidraçamento reiki. Uma investigação ainda deve apontar as causas da queda das sacadas da seção no lado direito do prédio.
Suspeita-se que um morador, não satisfeito com o duplex que possuía, resolveu, ampliar a área construída. Sobrecarregando com peso de material de construção no topo do edifício, a estrutura não resistiu ao excesso de carga.
Após o desabamento, o entulho das sacadas obstruiu a entrada e saída da garagem do edifício, causando pânico ainda maior nos moradores.
À revelia
Virou “moda” para endinheirados em Belém mudar a configuração da carga estrutural do prédio em que residem, visando ampliar o metro quadrado do imóvel possuído. Não se sabe se existe autorização para isso.
Proprietários de apartamentos, geralmente localizados no andar mais alto de prédios de luxo, resolvem bancar o engenheiro de cálculo estrutural, arquiteto, decorador e tudo que englobe seu desejo. Tudo por conta própria. Claro que isso não pode acabar bem.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.