Pronto. Estava demorando!
O Editorial de hoje do jornal Folha de São Paulo, sob o título “ Plebiscito equivocado”, se posiciona desfavorável a criação dos Estados de Carajás e Tapajós, apesar de afirmar que a vontade da população deve prevalecer. Com argumentos pífios e inconsistentes o jornal, finalizando, cita o pacto federativo brasileiro e o consequente aumento de deputados e senadores do Norte em Brasília, já prevendo que o fato causará danos à hegemonia sulista naquelas casas. Pelo que se vê, há mais “partes interessadas” nesse plebiscito. Confira o que diz a FSP:
“Consulta sobre criação de novos Estados de Carajás e de Tapajós, no Pará, aprovada no Congresso Nacional, trará mais problemas que soluções Depois da Câmara dos Deputados, foi a vez de o Senado Federal dar sua aprovação à controversa iniciativa de realizar um plebiscito sobre a divisão do Pará não apenas em dois, mas em três Estados.
Agora, com a decisão, a vontade da população paraense deve ser consultada em até seis meses. Não há, até o momento, pesquisas confiáveis sobre qual será o desejo de seus cerca de 7,5 milhões de habitantes, logo é impossível prever o resultado. Suspeita-se que possa ser favorável à separação.
A eventual partição do Pará, com a criação dos Estados de Carajás e de Tapajós, é condenável sob todos os aspectos. Não resolve as dificuldades atuais e ainda faz brotar novos problemas, em nível tanto local quanto nacional.
O Estado, como confirmaram os assassinatos de líderes rurais nas últimas semanas, tem amplas áreas onde o poder público está ausente. Novas estruturas criadas do zero, como Polícia Militar, Judiciário e uma miríade de instituições, em nada garantiriam uma súbita chegada da ordem. Ao contrário, apenas aumentaria, especialmente nos primeiros anos, a enorme despesa governamental.
Em vez de esquecidos pela distância do poder central, em Belém, os municípios mais afastados apenas ficariam próximos de um governo estadual manco, que levaria anos para se estruturar. Melhor seria aproveitar o debate suscitado pelo plebiscito para cobrar uma distribuição mais homogênea dos investimentos e recursos do governo paraense.
Sob a ótica da Federação, a iniciativa não é menos deletéria. Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) calcula que a manutenção das novas estruturas custaria R$ 1 bilhão ao ano, para cada um dos entes surgidos, já descontados repasses do atual Orçamento do Pará. O dinheiro seria bancado pela União.
Há, ainda, o desequilíbrio no Congresso Nacional. O Norte do país ganharia mais deputados e senadores com a criação dos novos Estados, diluindo assim o peso das outras regiões no delicado pacto federativo brasileiro.
O resultado de um plebiscito representa, desnecessário dizer, a vontade da população. Deve, portanto, ser respeitado. Espera-se que o povo do Pará rejeite essa divisão, que só trará desdobramentos danosos, para seu Estado e para o restante do país”.
10 comentários em “Pacto Federativo”
Pessoal, estou em Goiás e gostaria muito de mudar para esta gerião do carajás. Bom saber do interesse desse politico “forasteiro” que esta à frente dessa campanha. Obrigado pelo alerta. Vou pensar duas vezes antes de ir. Até mesmo pelo fato do aumento no valor dos imóveis. Pessoas se aproveitando da idéia e cobrando preços absurdos. Um abraço e vamos torcer para que DEUS faça o melhor por essa região ai.
Taí, boa pedida: Aceitamos criar o Estado do Carajás com duas condições: Manter inalterada a estrutura politica, sem Assembléia legislativa, cabendo este papel aos atuais vereadores, sem qualquer adicional remuneratório extra; sem criação de Tribunais de Contas,deixando a fiscalização a cargo do ocupadissimo TCE e TCM-PA; e que os atuais Deputados Federais do Pará, respondeseem também pelo futuro estado. Resumidamente: sem boquinhas para a classe politica
que tanta corda dá no assunto.
Será que eles topam?
Carlos Alberto,
Gostei muito do seu comentário.
Você escreveu uma coisa que deveria ser o tema da campanha pró-divisão:
“Quero um estado pra mim, Assembléia Legislativa, rumas de assessores, Tribunal de Contas com obsceno auxílio-moradia, mesmo que eu tenha casa própria”
Indigna já só a ideia de reduzir o Pará a Belém e Zona do Salgado. Coisa de político-forasteiro mal-agradecido. O cara chega à casa alheia, que o acolhe com hospitalidade, e se revela um aproveitador. Entra, fuça a geladeira, abanca-se no melhor sofá, escancara as portas dos quartos, e a gente sabe: é um folgado. Chora, estremece por seu estado de nascença, enquanto explora e desdiz do Pará, de que só pensa em chupar tudo, até o Estado inteiro, se deixarmos.
O retalhador do estado (dos outros) chega e se espalha feito água. Abanca-se, invade a cozinha, destampa, tem o desplante de meter o dedo na panela, antes do dono da casa, lambuza as mãos, lambe os dedos. Como nós, os paraenses somos cordiais, ele confunde cordialidade com liberalidade. Vem, vai ficando, mergulha de unhas e garras afiadas em terras e política. Espalhado, o aproveitador, pronto, enriqueceu, encheu a pança. Fez-se fazendeiro, político de muito papo (balofo), o cara de pau. Alguns não dispensam trabalho escravo e agora dão de posar de redentores da miséria do Pará, como se só no Pará houvesse miséria. E cadê? Ih, já nas altas cúpulas, armando discórdia, querendo porque querendo dividir o estado do Pará, ‘disque’ porque é estado imenso e pobre, como se os miniestados brasileiros fossem paradisíacos reinos de felicidade, nenhum faminto sem teto, nenhum drogado, saúde e escola nos trinques, nada de tráfico e exploração de menores. Balela de retalhador!
O retalhador (do estado alheio) tem no cérebro sinal de divisão. Só quer dividir, não seu estado, onde o espertalhão não conseguiu levantar a crista. No Pará, não se contenta em ser fazendeirão, explorador de miseráveis. “Quero um estado pra mim, Assembléia Legislativa, rumas de assessores, Tribunal de Contas com obsceno auxílio-moradia, mesmo que eu tenha casa própria”.
E o retalhador já quer governar o estado (dos outros), quer reino e magnífica corte própria, algo comum nestas terras brasílicas dominadas por quadrilhas de políticos cara de pau, porque os dignos, vergonha na cara, os que lutam a valer por um Brasil de união, ordem e progresso, estes raros políticos dão uma de éticos e não põem a boca no trombone.
Não, o Pará não é casa de engorda e enriquecimento de esquartejador da terra dos outros. Mas o pior é que eles se juntam até a certos políticos paraenses, que, em vez de dizer não decisivo e absoluto à divisão, ficam em cima do muro. É que os muristas, paraenses também não são flor que se cheire. Incrível que políticos paraenses admitam o roubo oficial das ricas terras do Pará. Pendurados no muro, os muristas paraenses só pensam na engorda de seus vastos currais e não em defesa e união.
Sim, quem quer esfacelar o Pará? Deputados de longe que lambem os beiços por se apoderar do Marajó, do Tapajós, de Carajás. Risíveis os argumentos separatistas: “A imensidão do Pará impede seu progresso”. Nada! Papo de político! É vasta a miséria dos estados pequenos e do Brasil mal governado. Dividir vem da omissão de políticos do Pará, eles em ânsias por suas lasquinhas. Separatista daqui e de fora quer é feudo, castelo, mais poder. O mapa do Pará lembra um buldogue. Ele precisa de brio, amor-próprio, rosnar, se quiserem reduzi-lo em retalho. O Pará quer paz e união. Vamos calar os esquartejadores que boiam, do fracasso em seus estados, ao sonho de esfacelar o Pará. Vamos dizer não a mais essa mutreta de político espertalhão.
estou de pleno acordo com vc Luiz!
A criação do Estado não resolverá nossos problemas, pois estes estão relacionados as nossas lideranças políticas que são fracas e corruptas. Nossa região tem renda?? tem, mas fica centralizada nas mãos de poucos. Não vejo como a criação do estado possa diminuir a desigualdade social em nossa região. É possível que Parauapebas tendo uma das maiores receitas do estado tenha problemas de saneamento público?? Sóm tenho uma conclusão quanto ao movimento: alguém está de olho na grana da Vale. Mais deputados e senadores? não vale a pena comentar.
Já morei no extremo oeste do Estado, no Baixo Amazonas, precisamente em Oriximiná. Este município, ainda, não é o último do Estado, mas se leva – em média -, quatro dias e quatro noites de embarcacao pra se chegar lá. Observei por diversas vezes a ausência do Poder Público estadual. Fiquei indignado com o editorial da Folha…”Melhor seria aproveitar o debate suscitado pelo plebescito e cobrar uma distribuicao mais hemogenea…” . Sabe-se que isso não funciona. Não efetivará nunca!!!
Veja quem está por trás dessa matéria, é só observar qual partido que governa o estado do Pará e o estado de São Paulo; gente não desanime o estado de Carajás e o estado do Tapajós, logo, logo será uma realidade
Antes de escrever qualquer artigo, todo jornalista deveria morar pelos menos 12 meses em cada uma das regiões que desejam sua emancipação para ver como o estado trata seus habitantes, antes disso não há como considerar qualquer cometário.
Interessante, a população do Sudeste brasileiro descobriu subitamente que o Norte do Brasil existe???
Deve ter sido o mesmo efeito que despertou a população de Belém, que de repente passou a dar valor a nossa região e agora não ‘desgruda’ da gente por nada!
Quem diria….