Após endurecer a fiscalização sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte, o governo do Pará apreendeu durante esta semana R$ 1,9 milhão em mercadorias compradas pelo empreendimento fora do Estado.
Dentre elas estão veículos, computadores, ferramentas, cabos de aço, mangueiras industriais, maca hospitalar, luvas descartáveis, barras de ferro, tinta para impressora e até sacos para lixo.
As apreensões são em cumprimento à medida anunciada pelo governo de exigir que o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) faça ainda na divisa o pagamento do ICMS das mercadorias adquiridas fora do Pará –forma de pressionar a obra a comprar materiais no Estado, gerando receita.
Os objetos foram apreendidos porque ainda não houve o pagamento adiantado do imposto, disse o governo. Por causa disso, eles pagarão R$ 524.475 em multa, além de R$ 261.869 do valor normal do imposto que devem pagar.
Esse endurecimento ocorreu após a aquisição, pelo consórcio, de 118 caminhões da Mercedes-Benz em São Paulo, descumprindo acordo firmado com o Estado de comprá-los no Pará. De acordo com a Secretaria da Fazenda, a cada R$ 100 gastos por Belo Monte na aquisição de materiais, R$ 72 foram em outros Estados.
Entre os objetos apreendidos nesta semana, por exemplo, havia 29 veículos comprados em Minas Gerais e 150 computadores adquiridos em São Paulo. A hidrelétrica está sendo construída desde junho no oeste do Pará. “É uma política deliberada do consórcio de privilegiar seus tradicionais fornecedores de seus Estados de origem”, afirmou o secretário da Fazenda, José Tostes Neto. Ele ressaltou que a construção da hidrelétrica traz “impactos significativos” ao Estado e que os recursos gerados pelos impostos servirão para contorná-los.
O consórcio de Belo Monte informou que todos os impostos cobrados pelo governo estão sendo quitados no prazo legal. “Em relação à política de aquisição de bens e serviços no Pará, o CCBM reitera que vem privilegiando fornecedores de bens e serviços com base no Estado, assim como a contratação de mão de obra local. Mas lembra que convive com a necessidade de adquirir produtos específicos que não são fabricados no Pará”, informou.
Fonte: UOL
9 comentários em “Pará apreende computadores e veículos do consórcio de Belo Monte”
Caro Senna! Não vejo o Pará sendo respeitado em nada com essa ação “galhofa” do governador. Pelo contrário, muitos vão pensar duas vezes antes de realizar qualquer investimento no Estado.
Não obstante, vejo como uma ação que deverá ser levada em frente com os demais investidores e empresariado paraense que atuam de certa maneira “livre” desse tipo de “bravata”.
Outra coisa que deveria ser pensada é o seguinte, já que o estado está arrecadando impostos de um consórcio que está fazendo investimentos nas regiões sul, sudeste, oeste e baixo amazonas, tais recursos deveriam ser aplicados em sua totalidade nas referidas regiões, especialmente na saúde, educação e assistência, demonstrando assim o “psêudo” compromisso com essas regiões como afirmavam no plebiscito.
Abraço, fico agradecido pelo espaço e possibilidade de realizar o bom debate.
De pensamento provinciano e mesquinho o Pará está realmente cheio… Vamos ver se aprendemos com os demais Estados que se fazem respeitar…
A qestão da Vale não é possível sem uma grande aticulação que passa pela sociedade civil organizada, sem isso ,fica-se assim vendo o trem passar, simplesmente. Ou melhor se admirando do próprio umbigo.
O problema muitas das vezes são os comprados que mau tem segunda grau, e não sabem fazer a conta certa na hora de comparar os preços.
Vai comprar o que aqui no Pará? açai? Maniçoba? se tiver que comprar só no pará qualquer obra ou industria fica inviável. Mesmo que a intenção seja que os fornecedores abram filiais aqui para atender a demanda dos grandes projetos isso configuraria uma reserva de mercado e encareceria de tal modo os produtos e serviços que praticamente impossibilitaria qualquer investimento. Enquanto outros estados concedem isenções fiscais para atrai-los aqui tratamos de hostiliza-los. Relembremos de um triste episodio em nossa história, em 94 a VALE apresentou o projeto para a implantação de uma metalúrgica do cobre no Salobo, o então governador Almir Bobiel, dificultou de tal forma sua execução que a VALE desistiu, perdeu o Pará, perdeu o Brasil e sobretudo perdemos nós, e muito, que moramos aqui na região.
Aguardem que a próxima será a VALE.Certamente o Jader vai intervir junto a Dilma, seguindo o rumo do consorcio.
Um estado com os maiores icms´s, idem ipva, e retorno pífio para os contribuintes só poderia acontecer isto!!!
Já já estas empresas recorrem ‘a justiça e tudo sera liberado!!! E por que não prender carros ,caminhões, e ônibus etc ,que são locados por varias prefeituras do estado com placas de outros estados prestando serviços aqui?
Senhores;
A guerra fiscal não é uma boa ,isto é demagocia e jogo de cena ,vamos deixar o barrismo de lado.
O imposto pago esta muito longe de retornar para sociedade ,ele vai para ralo e a saude , estradas, segurança publica do jeito que esta é destrespeito ao povo do Pará , pagam a conta duas vez!
Vamos exigir aplicação dos impostos arrecadatos em beneficio do povo do PARÁ ,repeitando o POVO do PARÁ.
chega de demagogia !
Essa operação tinha que acontecer também na Vale, pq ela não compra nada aqui no Pará.
Há muito que o Pará precisa ser respeitado. O Governador precisa adotar medidas como esta para fortalecer ainda mais este grande Estado.
Governo forte, Estado forte!