O Imazon lançou neste início de agosto o Boletim Transparência Manejo Florestal do Pará, que avaliou a situação da exploração madeireira no estado de agosto de 2009 a julho de 2010. O estudo mostra uma redução no corte de madeira não autorizado pelo órgão responsável. Mesmo com a diminuição, esse número continua bastante alto.
De acordo com o boletim, mais de 120 mil hectares de floresta foram explorados no período. Deste total, 65% não foi autorizado pela Sema (Secretaria de Meio Ambiente do Estado), contra 35% autorizados. Comparando com o período anterior (de agosto de 2008 a julho de 2009), observou-se uma redução de 16% na exploração não autorizada e um aumento de 33% na exploração autorizada.
Da exploração ilegal, a grande maioria (84%) ocorreu em áreas privadas, devolutas ou sob disputa; outros 13% em assentamentos de reforma agrária, e apenas 3% em Áreas Protegidas. Os cincos municípios com as maiores áreas exploradas sem autorização foram: Rondon do Pará (na região da BR-222), Paragominas (BR-010), Goianésia do Pará (PA-150), Dom Eliseu (BR-010) e Uruará (BR-230).
Segundo André Monteiro, pesquisador do Imazon, a redução da ilegalidade em Áreas Protegidas se deve muito ao efeito da fiscalização. “O que ocorre muito nessas áreas são roubos de madeira. Quando o Ibama obtém essas informações, acabam agindo para aumentar suas atividades. Quando eles estão presentes há a redução, quando saem do local a tendência é que a ilegalidade volte.”
Também foi verificado no período um aumento expressivo de exploração sem autorização na maioria dos assentamentos de reforma agrária do estado, abrangendo uma área de 10.436 hectares de floresta. O Projeto de Assentamento Corta Corda, onde o Greenpeace denunciou corte não-autorizado no ultimo mês de abril, foi um dos mais críticos, detendo 11% da exploração.
“Acredito que devemos alcançar o desmatamento zero no futuro. Hoje, quase não há mais autorização para o corte raso, a grande parte é ilegal. Do corte seletivo ilegal, grande parte da área cortada deve ser desmatada nos dois, três anos seguintes. Quando é ilegal não há nenhuma preocupação em manter a floresta lá. Já do manejo autorizado, grande parte da floresta é preservada”, afirmou o pesquisador.
Fonte: Greenpeace