Pará se prepara para ampliar número de transplantes de órgãos

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Por Francesco Costa

Um Estado onde ocorrem diariamente inúmeras mortes de jovens que levam consigo órgãos como, por exemplo, coração, fígado, rins e córneas em perfeitas condições para serem transplantados.

“Muitas pessoas morrem diariamente no Pará e não doam por falta de informação da família, por falta de estrutura do hospital ou por não informar à central de transplantes”, admite Ierecê Miranda, coordenadora da Central de Transplantes de Belém (órgão estadual com competência para fazer toda a articulação da doação ao transplante do órgão), dando conta de que esta é uma cultura que está sendo trabalhado tanto junto aos familiares quanto ao profissional de saúde.

O problema é mantido pela falta de logística que deveria ser oferecida pelo Estado que até agora, mesmo na capital, apenas dois tipos de órgãos são transplantados, rins e córnea; tendo uma fila de espera por um rim de 845 pacientes, e 545 pacientes receptores de córnea.

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Quanto a receptores de fígado e coração é grande a fila de espera no Estado e, de acordo com previsões da Secretaria de Estado de Saúde do Pará, no início do segundo semestre deste ano, 2013, o transplante destes órgãos já esteja instalado em Belém.

Medula óssea é o transplante mais minucioso que existe; exigindo 100% de compatibilidade, sendo a busca feita entre os irmãos, com 25% de chances de encontrar. 75% dos pacientes não tem doador na família e, de forma universal, a probabilidade é de 1 para 1 milhão, podendo ser comparado há um bilhete da Mega Sena premiado. No Pará passa de 300 o número de pacientes aguardando um doador compatível de medula óssea.

A estrutura para captação de órgãos em Parauapebas, segundo Ierecê, precisa ser estudada, e com vontade política e ainda dos hospitais pode ser possível o inicio da captação de órgãos ou o transporte do doador até a cidade polo e ali ser retirado os órgãos.

“Com vontade política e a solidariedade das pessoas e de familiares isto é possível, e no Estado do Pará a demanda de pacientes que podem doar e grande”, comenta Irecê.

Quanto à estrutura para a retirada e transporte do órgão captado, ela admite que o Estado ainda não tenha logística para abranger todas as cidades, tanto por causa de sua geografia quanto do sistema viário. Belém, ainda segundo ela, já transplanta desde o ano 2.000, tendo ainda Polos de Transplantes em Redenção, que faz transplante renal intervivo; e em Santarém, que acaba de se iniciar o serviço de transplantes; a captação de órgãos também ocorre nestes polos abrangendo as cidades circunvizinhas.

A expansão para a estrutura de captação de órgãos, segundo Irecê, deverá ser estendida a outras cidades que tenham hospitais com UTI e atendimento de ventilação mecânica destes pacientes.

Quanto aos transplantes renais a doação pode ser feita em vida entre pessoas da mesma família, mas em caso de quem não tenha um doador familiar se faz necessário entrar em uma fila de espera para receber o órgão de um doador morto. Irecê lamenta que a iniciativa de familiares em doar órgãos duplos como, por exemplo, rins seja tão pequena pela falta de consciência das pessoas.

As doações podem ser feita de pessoas de um Estado para outro dependendo da falta da falta de receptor compatível no Estado de origem; sendo disponibilizado via central nacional de transplantes. A preferência é dada à ordem de inscrição do receptor e de acordo com a compatibilidade, não tendo furo de fila nem prioridade por parentesco de pessoas influentes.3

“No Brasil o sistema é sério e a lista de pacientes funciona rigorosamente como diz a Lei, e os órgãos são alocados de acordo com a inscrição do paciente e os critérios específicos para cada órgão”, garante Irecê, orientando que coração, fígado e córnea não exige compatibilidade, apenas tipagem sanguínea. Já o rins se faz necessário a compatibilidade genética.

Como ser um doador?
Não existe cadastro de doadores de órgãos e tecidos, ao contrario de anos anteriores quando a pessoa interessada em doar órgãos após a morte declarava na carteira de identidade, hoje isto não tem mais valor e a Lei diz que quem decide sobre a doação é a família que avisa aos profissionais de saúde a vontade manifestada em vida pelo parente agora falecido.

Quanto aos desencontros entre a vontade do doador e a família quase sempre é respeitada a vontade do então falecido parente, porem quando em vida sua vontade de doar não é informada os familiares não devem fazer a doação.

Com a nova norma não tem como saber quantos são os doadores voluntários, mas no ano passado, 2012, o numero de doadores foi de 2,6 por milhão de habitantes no Pará.

Para se um doador basta ter a vontade e avisar a família.

“A carência de doadores ainda é um obstáculo para a efetivação de transplantes em nosso país, especialmente no Pará onde as pessoas tem receio da doação de órgãos preocupado que o médico possa mata-la para retirar os órgãos”, lamenta Irecê, assegurando que a Lei é muito rigorosa e isto não ocorre, sendo os órgãos retirados apenas de uma pessoa comprovada realmente morta e diagnosticada com morte encefálica.

1 comentário em “Pará se prepara para ampliar número de transplantes de órgãos

  1. João Ribeiro Responder

    Excelente post, Zé, oportuno, importante e cheio de informações úteis. Sou transplantado renal a 2 anos de 3 meses, fiz meu transplante em Goiânia -minha filha foi a doadora – por uma questão de encaminhamento, pois meu nefrologista á época era de Araguaina, mas não fui informado em nenhum momento que se fazia transplante em Belém, por isso acho importante a divulgação, muitos insuficientes renais de Parauapebas que fazem hemodialise em Marabá, simplesmente não sabem nada sobre transplantes e muito menos que se pode transplantar aqui mesmo no Pará. Portanto fica a sugestão para a central de transplantes do Pará que trabalhe melhor a divulgação e o esclarecimento aos IRCs, principalmente do interior. E a titulo de colaboração, ao contrario do que afirma o post, o transplante com doador vivo não precisa ser necessariamente de um membro da família, é ideal que seja, tanto no aspecto de (HLA) compatibilidade, quanto ao aspecto legal, mas qualquer pessoa com mesmo tipo sanguíneo e um minimo de compatibilidade pode ser o doador, desde que aprovado pela central de transplantes e autorizado pela justiça.

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