Um levantamento inédito realizado com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu nesta sexta-feira (21), a partir de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), ambos do Ministério da Saúde, revela que o Pará só perdeu para São Paulo no ano passado em aumento absoluto do número de habitantes, levando-se em consideração apenas o crescimento vegetativo, que é a diferença entre o número de nascimentos e mortes.
O “saldo” líquido de paraenses em 2021 foi de exatos 84.784 habitantes, cerca de 10 mil a menos que São Paulo e 15 mil a mais que o estado medalha de bronze, a Bahia. Durante o ano passado, nasceram 136.873 paraenses, o equivalente à metade da população atual de Parauapebas, e morreram 52.089, o que corresponde à metade dos moradores de Tucuruí.
Em São Paulo, líder nacional, nasceram 524.875 e morreram 430.344 pessoas, enquanto no Rio de Janeiro nasceram 189.466 e morreram 188.748, registrando o menor saldo vegetativo do país, com apenas 718 moradores de diferença.
O Pará não é, contudo, o segundo onde nascem mais habitantes tampouco o penúltimo do Brasil onde morrem menos. Mas impressiona pelos números demográficos robustos que movimenta anualmente. Hoje, mesmo sendo o 9º em quantidade absoluta de habitantes, o estado é o 6º em número de nascimentos, à frente do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará. Em número de mortes, morre-se menos no Pará que em estados menos populosos, como Goiás e Santa Catarina.
Em 2021, o Brasil registrou 2.672.046 nascimentos e 1.826.354 óbitos, fechando com saldo vegetativo de 845.692 habitantes. É o menor número de nascimentos do país desde 1994. Já o total de nascidos no Pará é maior que o de 2020, quando a pandemia derrubou a natalidade e foram registrados aqui 132.938 novos paraenses, mas o número atual remonta 2002, quando exatos 136 mil paraenses vieram à luz. O pico de nascimentos no Pará ocorreu em 2008, conforme apurou o Blog, com 151.262 ocorrências.
Razão entre nascimentos e mortes
No Brasil, para cada 146 nascimentos ocorrem 100 mortes, numa proporção de 1,46 (nascidos) para 1 (morto). Os estados da Região Norte, inclusive o Pará, são, nesse aspecto, os mais “saudáveis”, alguns dos quais registrando mais que 300 nascimentos para cada 100 óbitos, como é o caso de Roraima (3,26 para 1) e Amapá (3,15 para 1).
No Pará, a média é de 263 nascimentos para cada 100 mortes, na proporção de 2,63 para 1, pouco abaixo das razões do Acre (2,8 para 1) e Amazonas (2,69 para 1). Maranhão (2,44 nascimentos para 1 morte), Tocantins (2,06 para 1), Distrito Federal (2,02 para 1) e Mato Grosso (2,02 para 1) também apresentam números expressivos, o que sinaliza que a natalidade ainda é elevada nesses lugares.
Na outra ponta, cinco estados apresentam proporções de nascimentos frente aos óbitos extremamente baixas, o que tem a ver, em grande parte, com o envelhecimento acelerado da população sem a reposição de novos habitantes por meio de taxas altas de nascimentos. O caso mais grave, segundo os números do Ministério da Saúde, é do Rio de Janeiro, onde a razão entre nascidos vivos e mortes é praticamente de 1 para 1.
No Rio Grande do Sul, a situação é próxima à do Rio, com apenas 106 nascimentos para cada 100 mortes (1,06 para 1). O estado de São Paulo contabilizou 1,22 nascimento para cada morte, enquanto Minas (1,26 para 1) e Paraná (1,28 para 1) vêm logo atrás.
Na semana que vem, o Blog vai apresentar dados inéditos da natalidade e da mortalidade nos municípios paraenses, 21 dos quais registraram saldo vegetativo superior a mil habitantes.