A maior economia da Região Norte entrou 2021 com grande responsabilidade nas costas: carregar o lucro comercial do Brasil na balança. Em janeiro, o Pará foi, de longe, o número 1 do país em superávit comercial por apresentar exportações que somaram 1,971 bilhão de dólares e importações de 120,8 milhões de dólares. A diferença disso foi um lucro fenomenal para a economia da nação da ordem de 1,85 bilhão de dólares.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que também checou a série histórica das exportações do estado e concluiu que janeiro deste ano foi o melhor de todos os tempos para o Pará, que foi arrebatado à condição de 3º maior entroncamento comercial entre as 27 Unidades da Federação, destronando o Rio de Janeiro (US$ 1,441 bilhão) e sendo superado apenas por São Paulo (US$ 2,887 bilhões) e Minas Gerais (US$ 2,209 bilhões). O Blog calcula que, caso o Pará mantenha o pique de exportações como em 2020, até o final deste ano ele ultrapassa Minas e toma o 1º lugar de São Paulo até o final de 2023.
Condenado ao sucesso econômico, com foco nas atividades mineradora e agropecuária, o estado precisa, contudo, acertar os passos para tornar-se eficiente, também, em progresso social, já que atualmente esbanja alguns dos piores — senão os piores em absoluto — indicadores nas áreas de infraestrutura, urbanização, saneamento básico, saúde, educação, geração de emprego formal e distribuição de renda, pilares para o desenvolvimento humano.
Ferro e China sustentam
Em contraste com as condições de vida abaixo da média da população, as commodities paraenses prosperam e enriquecem países mundo afora e empresas multinacionais de diversos segmentos. O minério de ferro domina a pauta das exportações do estado e participou com 1,494 bilhão de dólares (75,8%), mas não está sozinho. É seguido por cobre (US$ 152,5 milhões), alumínio em óxido (US$ 90,3 milhões), alumínio em barra (US$ 46,4 milhões), ouro (US$ 30,9 milhões), carne bovina congelada (US$ 27 milhões), manganês (US$ 22,5 milhões), ferro-ligas (US$ 22,5 milhões), caulim (US$ 16,3 milhões) e madeira perfilada (US$ 12,8 milhões).
Só o que o Pará transacionou em minério de ferro em janeiro já seria suficiente para mantê-lo no posto de 3º maior exportador, uma vez que é maior que a soma de todos os produtos exportados pelo Rio de Janeiro. A China é a maior apreciadora das especiarias paraenses, tendo absorvido 1,117 bilhão das exportações (56,7%). Outros grandes compradores foram a Malásia (US$ 240 milhões), o Japão (US$ 88,9 milhões), a Alemanha (US$ 57,6 milhões) e a Espanha (US$ 55,5 milhões).