Aproximadamente 1,1% das 236 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas que o Brasil deve produzir ao longo deste ano deve sair do solo paraense. A estimativa é de que 2,6 milhões de toneladas partam do Pará para as mesas de todo o Brasil. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta quinta-feira (11).
O IBGE estimou em junho a produção agrícola nacional para este ano e detectou acréscimo de 4,2% em relação à safra de 2018. Já a estimativa da área a ser colhida foi de 62,8 milhões de hectares, 3% maior que a do ano passado (mais 1,8 milhão de hectares) e 0,3% maior do que a de maio (mais 171,8 mil hectares).
No Pará, a previsão é de quase 30 mil toneladas a mais este ano em relação a 2018. A área a ser colhida é de 890 mil hectares, bem acima dos 855 mil hectares do ano passado. É como se o estado utilizasse inteiramente um pedaço de terras do tamanho dos municípios de Parauapebas e Curionópolis somados para a lavoura dos produtos investigados na LSPA (a saber: algodão, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale).
Desempenho das commodities
Dos oito produtos da cesta paraense de cereais, leguminosas e oleaginosas, seis vão ter desempenho melhor que na safra do ano passado. O grande destaque é a soja, cuja expectativa de toneladas é de 1,71 milhão, ante 1,64 milhão em 2018. É um crescimento de 4,4%. O Pará é atualmente o 13º maior produtor de soja do país, com lavouras concentradas majoritariamente na microrregião de Paragominas. Dos 19 estados que atualmente produzem soja no país, nove devem assistir à diminuição da colheita este ano, segundo o IBGE.
A produção paraense de commodities agrícolas só não será maior nesta cesta por conta da baixa na primeira safra de milho, cuja produção caiu quase 100 mil toneladas de um ano para cá. A colheita de arroz também despencou mais de 20 mil toneladas.
Na cadeia de cereais, leguminosas e oleaginosas, o Pará posiciona-se como 2º maior produtor da Região Norte, atrás apenas do Tocantins, que prevê movimentar 4,4 milhões de toneladas este ano. Em nível de Brasil, é a 13ª Unidade da Federação com maior produtividade, ainda assim superada por estados bem menores e com muitas adversidades climáticas, mas com alta performance produtiva, como Santa Catarina, Maranhão e Piauí.
PRODUTO (t) | SAFRA 2018 | SAFRA 2019 | |
1º | Soja | 1.638.826 | 1.711.539 ↑ |
2º | Milho (1ª safra) | 534.923 | 442.712 ↓ |
3º | Milho (2ª safra) | 255.482 | 320.251 ↑ |
4º | Arroz | 113.362 | 90.470 ↓ |
5º | Sorgo | 12.306 | 16.071 ↑ |
6º | Feijão (2ª safra) | 11.093 | 12.333 ↑ |
7º | Feijão (1ª safra) | 9.463 | 10.543 ↑ |
8º | Amendoim (1ª safra) | 80 | 102 ↑ |
Fonte: IBGE, 2019 | Elaborado pelo Blog do Zé Dudu.