Pará é 2º estado com maior número de cidades onde população mais aumenta

Em termos de crescimento vegetativo, que é a diferença entre nascimentos e mortes, Parauapebas já supera metrópoles como Recife e Porto Alegre, enquanto Canaã dos Carajás bate capitais como Vitória e cidades com mais de 500 mil habitantes. Estatísticas do Ministério da Saúde não computam migração.

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Dos 100 municípios que mais aumentaram a população de forma natural em 2023, oito são do Pará, que só fica atrás de São Paulo e divide com a Bahia o número de localidades onde o número de moradores mais cresce, considerando-se o balanço entre nascimentos e mortes, o chamado crescimento demográfico vegetativo. Em 2023, nasceram pouco mais de 126 mil paraenses e morreram aproximadamente 44 mil.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que compilou dados do ano passado dos sistemas de nascidos vivos e de óbitos que o Ministério da Saúde acaba de consolidar e tornar públicos. Os dados apontam para a tendência nacional de crescimento populacional cada vez menor, embora municípios como Santarém, Parauapebas e Canaã dos Carajás se destaquem nacionalmente pelos números expressivos que exibem.

Belém, pelo fato de ser uma metrópole com 1,4 milhão de habitantes, puxa a fila no Pará com o maior saldo vegetativo, de 5.779 habitantes, a 12ª colocação nacional, mas bem distante do líder, a cidade de São Paulo, onde, entre nascimentos e óbitos, o saldo foi de 47.111 novos cidadãos. A capital paraense é seguida de Santarém, que, com 4.445 novos habitantes, surge em 20º lugar.

Parauapebas, com saldo de 3.804 moradores em 2023, é destaque em 27º lugar. Embora não seja o maior crescimento líquido da série histórica da Capital do Minério, é a melhor posição alcançada. Isso se explica porque os municípios que vinham a sua frente, “produzindo” saldos vegetativos maiores, começaram a desacelerar nos registros de natalidade e acabaram ultrapassados.

Atualmente, Parauapebas já acolhe mais novos habitantes por ano que metrópoles como Recife, que registrou saldo vegetativo de 3.567 habitantes, e Porto Alegre, que computou 1.510 novos moradores.

O fenômeno Canaã

Ananindeua, com saldo de 3.355 habitantes (37ª posição); Marabá, com 2.884 (47ª); Breves, com 2.410 (65ª); Castanhal, com 1.787 (98ª); e Abaetetuba, com 1.739 (99ª) também integram o pelotão dos 100 municípios que mais engrossaram a população de forma natural em 2023.

Mas o grande destaque vai para Canaã dos Carajás, que, devido ao seu porte ainda pequeno, cravou saldo de 1.349 habitantes, quase o mesmo tanto que a capital capixaba, Vitória, que registrou 1.397. O desempenho de Canaã deixa para trás, também, municípios bastante populosos, como São José do Rio Preto (SP), que possui meio milhão de habitantes, mas crescimento vegetativo de apenas 1.252 novos moradores.

Na análise dos pormenores de fatores que fazem da Terra Prometida um fenômeno demográfico, para além da migração — que não é analisada pelo Ministério da Saúde —, está uma espécie de façanha típica de regiões desenvolvidas: a baixa taxa de mortalidade, mas combinada com uma população ainda jovem.

São José do Rio Preto, até pelo tamanho, evidentemente registra muito mais nascimentos que Canaã. Foram 5.079 no rico e desenvolvido município do interior paulista contra 1.610 no pequeno juvenil paraense. Porém, o número de óbitos é elevado em Rio Preto dado que sua população tem a idade mediana maior que a de Canaã — a idade mediana no município paulista é de 37 anos, enquanto no paraense, 27.

Rio Preto também possui elevada população idosa, correspondendo a 18,6% do total — na prática, são tantos idosos quanto a população inteira de Canaã dos Carajás. Já Canaã possui apenas 5,1% de sua população total sendo idosa, a quinta maior proporção nacional. Desse modo, a probabilidade de óbitos é consideravelmente maior no município paulista, sobretudo por mortes naturais entre a população idosa, enquanto a probabilidade de mortes por acidente ou violência entre a população mais jovem é a realidade da Terra Prometida.

No outro extremo, os cinco municípios com menor crescimento vegetativo da população no Pará são Peixe-Boi (14), Bannach (29), Magalhães Barata (34), Santa Cruz do Arari (36) e São João da Ponta (49).

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