A maior economia da Amazônia abriu quase 6 mil postos de trabalho com carteira assinada em julho e liderou a geração de empregos formais na Região Norte. No acumulado do ano, o Pará também só tem a comemorar: 31 mil novos trabalhadores com carteira assinada, um volume de gente maior que a população inteira de 62 das 144 cidades do estado.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados do Cadastrado Geral de Empregados e Desempregados (Caged) liberados pelo Ministério da Economia nesta segunda-feira (29). O Blog constatou que, embora os números do momento sejam positivos, há muito mais espaço para que o estado gere até o triplo de empregos.
O ponto de partida é simples: o desempenho de outras Unidades da Federação. Hoje, estados menos populosos que o Pará, como Santa Catarina e Goiás, geram saldos líquidos de postos de trabalho com carteira assinada exponencialmente maiores. De janeiro a julho deste ano, Goiás abriu 85,5 mil postos, enquanto Santa Catarina criou 89,1 mil. Ambos os estados têm, contudo, algo em torno de 1,5 milhão de habitantes a menos que o Pará.
Até Mato Grosso, que tem menos da metade da população paraense, criou nos primeiros sete meses deste ano 58,3 mil empregos formais, ao passo que o Mato Grosso do Sul (34,2 mil), Distrito Federal (33,2 mil) e Espírito Santo (32,6 mil) também superam a capacidade de geração de postos de trabalho do Pará.
Isso acontece porque a economia do estado nortista não consegue ser diversificada e atrativa para negócios como a dos estados do Centro-Sul. O Pará ainda está “apegado” a commodities primárias e as quais muito pouco, quase nada ou de jeito nenhum beneficia internamente, além de ter problemas basilares e crônicos nas áreas de educação, saúde, saneamento básico e infraestrutura para escoamento da produção.
Maiores empregadores
Em julho, 106 municípios paraenses contrataram mais que demitiram, três tiveram contratações em mesma quantidade que demissões e 35 demitiram mais que contrataram. Os destaques positivos do mês foram:
1º Belém ― saldo de 998 vagas
2º Ananindeua ― saldo de 508 vagas
3º Santarém ― saldo de 382 vagas
4º Marituba ― saldo de 266 vagas
5º Anapu ― saldo de 256 vagas
6º Tomé-Açu ― saldo de 230 vagas
7º Tailândia ― saldo de 229 vagas
8º Benevides ― saldo de 228 vagas
9º Castanhal ― saldo de 217 vagas
10º Paragominas ― saldo de 208 vagas
Por outro lado, alguns municípios vivem situação delicada, no tocante à geração de postos de trabalho com carteira assinada. Eles estão se desfazendo dos estoques que acumularam em meses e anos anteriores, notadamente na construção civil, em decorrência de conclusão de obras físicas:
1º Óbidos ― saldo negativo de 136 vagas
2º Parauapebas e Santana do Araguaia ― saldo negativo de 50 vagas
3º São Félix do Xingu ― saldo negativo de 39 vagas
4º Ourilândia do Norte ― saldo negativo de 32 vagas
5º Redenção ― saldo negativo de 17 vagas