De cada 100 cargos de juiz titular no Pará, pelo menos 41 são ocupados por mulheres. Ao lado de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraíba e Sergipe, o Pará tem a magistratura menos desigual em termos de gênero. É o que informa um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), lançado por meio do “Diagnóstico da Participação Feminina no Poder Judiciário”.
O estudo traça a presença feminina nos cargos mais importantes do Poder Judiciário brasileiro, assim como o avanço na carreira, e observa que a ascensão ao cargo não possui relação direta com a região geográfica do país onde a magistrada atua. Além de se destacar em número de juízas titulares, o Pará apresenta o maior percentual de desembargadoras do país: 69% dos cargos são preenchidos por elas aqui no estado.
A primeira versão do diagnóstico mostrou que a magistratura brasileira é predominantemente composta por homens e possui apenas 38,8% de juízas em atividade. O estudo revelou que o desequilíbrio fica mais evidente quando se considera que, nos últimos dez anos, a participação feminina aumentou apenas 1,2 ponto percentual, quando registrava 37,6% de magistradas nas diferentes cortes do país.
O diagnóstico conclui destacando que, de maneira geral, o percentual de participação feminina na magistratura ainda é baixo, embora venha aumentando — saiu de 24,6% em 1988 para 38,8% em 2018. A Justiça do Trabalho (50,5%) e a Justiça Estadual (37,4%) são as com maiores percentuais de mulheres na magistratura em atividade. Por outro lado, nos Tribunais Superiores (19,6%) e na Justiça Militar Estadual (3,7%) estão os menores índices de participação feminina. Vale destacar que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres correspondem a 51,6% da população brasileira.