Pará encerrou 2021 com 450 mil desocupados, diz IBGE

Estado é 3º com maior proporção de trabalhadores sem carteira assinada na iniciativa privada, é campeão isolado em informalidade e ostenta 5º pior rendimento médio para sua mão de obra

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A maior economia da Região Norte fechou 2021 com um volume de pessoas desempregadas suficiente para entupir duas cidades do tamanho de Parauapebas. São 450 mil cidadãos sem ocupação e sem qualquer perspectiva de encontrar uma. A taxa de desocupação do estado até caiu no último trimestre do ano, ainda assim continua em dois dígitos: 11%.

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados detalhados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T) divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, realizado a cada três meses, se difere do Cadastrado Geral de Empregados e Desempregados (Caged) porque abarca, também, quem está fora do mercado do trabalho. O Caged, apesar de ser mensal, só leva em consideração movimentação de trabalhadores com carteira assinada.

No quarto trimestre de 2021, o Pará até diminuiu o número de desocupados em 25 mil — o equivalente à população das cidades de Eldorado do Carajás e Curionópolis somadas. Mas não foi o suficiente para retornar ao número mais baixo registrado na pesquisa, no final de junho de 2020, quando 330 mil paraenses estavam desempregados em pleno auge da pandemia de coronavírus, quando houve fechamento em massa de estabelecimentos e atividades econômicas. Naquela ocasião, a taxa de desocupação do Pará foi 9,3%.

Além da multidão de desocupados, o Pará sofre com um índice altíssimo de população trabalhadora “clandestina” na iniciativa privada. É que, entre esses ocupados, 48,9% não têm carteira assinada, segundo o IBGE. É o terceiro maior (e pior) índice do país. Esse dado ajuda a avolumar um outro que torna o Pará campeão: a informalidade.

Atualmente, 62,7% da mão de obra potencial do estado é informal, em cujo cálculo a Pnad leva em consideração empregado no setor privado sem carteira assinada, empregado doméstico também sem carteira, empregador sem registro no CNPJ, Trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

5º pior rendimento do Brasil

O rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês pelos paraenses, caiu vertiginosamente no final de 2021 para R$ 1.715, após ter alcançado R$ 1.861 (cerca de R$ 146 a mais que agora) no terceiro trimestre. É também mais de R$ 300 abaixo do rendimento máximo alcançado na metade de 2020, quando os ganhos do trabalhador paraense alcançaram R$ 2.033. Hoje, o rendimento do paraense representa apenas 70% do trabalhador médio brasileiro, de R$ 2.447.

Com esse desempenho, o Pará se tornou, de novo, o que paga o 5º mais baixo rendimento médio a seu trabalhador, só não inferior ao registrado por Maranhão (R$ 1.463), Bahia (R$ 1.558), Piauí (R$ 1.674) e Pernambuco (R$ 1.709). Por outro lado, Distrito Federal (R$ 4.162), São Paulo (R$ 2.946) e Rio de Janeiro (R$ 2.943) são os melhores.

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