Em novembro deste ano, 248 mil novos cidadãos vão às urnas exercer o direito do voto no estado mais rico da Região Norte. Esse é o número de eleitores que o Pará ganhou de 2016 para cá, quando seu rebanho de votantes saltou de 5,51 milhões para 5,758 milhões. As informações, agora consolidadas, foram divulgadas ontem (5) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que bateu o martelo sobre quem está ou não apto a votar em 2020. Nos últimos quatro anos, o Pará ganhou contingente de eleitores suficiente para montar uma área urbana equivalente à cidade de Marabá.
Em 2016, sete municípios tinham mais de 100 mil eleitores e seguem sendo os mesmos em 2020. Belém, um dos 11 colégios brasileiros a superar a marca de 1 milhão, tem hoje 1,009 milhões de votantes. É seguido por Ananindeua, com 330 mil, e Santarém, 222 mil, únicos a contarem com possibilidade de eventual segundo turno, que ocorre somente em municípios com mais de 200 mil eleitores.
Marabá tem aproximadamente 180 mil votantes aptos, enquanto Parauapebas vem na sequência com quase 163 mil. Castanhal, com 130 mil, e Abaetetuba, com cerca de 114 mil, completam o time dos maiores colégios. Cametá deve ser a próxima localidade do estado a romper a marca de 100 mil eleitores. Bannach, município menos populoso do estado, é também o que apresenta o menor eleitorado: 2.876.
Gangorra de números
Entre os municípios que mais cresceram em números absolutos, há diversas curiosidades. A primeira delas está na região metropolitana. Enquanto Ananindeua é o município que mais aumentou o número de eleitores (39 mil de 2016 para cá), Belém foi o que mais perdeu (34 mil). Uma das razões para esse fenômeno é o recadastramento biométrico, que tirou da contagem eleitores já falecidos e atualizou o domicílio de muitos deles. Como são municípios emendados e tiveram o eleitorado revisado, Ananindeua e Belém cresceram e diminuíram, respectivamente, com revisão de domicílio eleitoral.
Marabá é o segundo do estado que mais inchou o total de eleitores, tendo ganhado quase 21 mil novos nos últimos quatro anos, porém só 162 mil deram as caras até hoje para cadastrar a biometria, o que o faz empatar com o eleitorado de Parauapebas. Já Altamira, que inchou por conta das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, ganhou cerca de 15 mil novos eleitores, enquanto Parauapebas, que tradicionalmente só perdia para Belém em incremento absoluto, pisou no freio e recebeu 13 mil eleitores novos, mil a mais que Santarém.
Dos 144 municípios, 37 perderam eleitores, segundo o TSE. Além de Belém, que registra a perda mais expressiva, outros 11 encolheram em mais de mil eleitores. A maioria dos municípios que reportam decréscimo no eleitorado está no sudeste do estado, mas uma região específica chama atenção: o Lago de Tucuruí. Ali, tanto o município-sede, Tucuruí, quanto Itupiranga, Jacundá, Nova Ipixuna e Goianésia do Pará apresentaram retração. Só Novo Repartimento e Breu Branco escaparam.
Já na região central do Pará estão as localidades que, proporcionalmente, mais ampliaram os ganhos com eleitores nos últimos anos. Anapu, por exemplo, viu o eleitorado disparar 25%, enquanto Senador José Porfírio e Altamira aumentaram 21% e 20%, respectivamente. Já os municípios nos arredores de Marabá apresentaram as baixas mais acentuadas, com Palestina do Pará liderando o decréscimo, na ordem de 19%. Nova Ipixuna (-14,5%), Brejo Grande do Araguaia (-13,5%), Abel Figueiredo (-12,5%) e Bom Jesus do Tocantins (-11,5%) completam a diáspora.
Confira os números completos e oficiais do eleitorado do Pará por município preparados pelo Blog do Zé Dudu.
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