Pará não tem uma cidade sequer entre as mais competitivas do Brasil

No entanto, das cinco menos competitivas do país, quatro são paraenses: Cametá, Itaituba, Breves e Moju. Posição ruim dos municípios do estado é reflexo de indicadores de desenvolvimento sofríveis nas áreas de educação, saúde, saneamento básico e economia. Nada de novo no reino do Gigante do Norte

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Das 404 cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes listadas na edição 2024 do Ranking de Competitividade dos Municípios, assinada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), nenhuma paraense está entre as 100 mais bem posicionadas, e pior: não está sequer entre as 250 melhores. Belém, capital paraense e quem seria a cidade mais competitiva do estado, só vai aparecer apenas lá na 264ª colocação, e Parauapebas, famosa por movimentar muito dinheiro, caiu de forma assustadora 40 posições em relação ao ranking anterior. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Composto por uma compilação de 65 indicadores, organizados em 13 pilares temáticos e três dimensões, o ranking traz os 18 municípios mais populosos do Pará listados e passando vergonha numa escala de nota que vai de 0 a 70, em que quanto mais próximo de 70 mais competitivo será o lugar. As maiores pontuações do país ficaram com as cidades de Florianópolis-SC (65,26), São Paulo-SP (64,48) e Vitória-ES (64,29). Municípios dos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro são os mais frequentes no topo da competitividade.

Pará no fim da lista

Belém, cidade mais competitiva do Pará, teve nota 47,77. É como se, guardadas as devidas proporções, Florianópolis tivesse vivendo dias atuais do progresso e Belém ainda estivesse presa ao início dos anos 2000, portanto, muito mais atrasada. Já Parauapebas, com 47,52 de nota, foi a cidade paraense que mais perdeu posição no ranking, sendo empurrada para o grupo das 150 localidades menos competitivas do país.

A Capital do Minério é um dos municípios brasileiros que mais perderam importância econômica nos últimos anos, embora ainda siga sendo um dos maiores produtores de commodities minerais do Brasil e, também, posicione-se entre os maiores exportadores. Parauapebas perdeu pontos em indicadores referentes à inserção econômica, já que a base de sua economia, a indústria extrativa mineral, praticamente sufoca a capacidade local de diversificar a produção. Além disso, a própria produção mineral vive tempos difíceis, com queda na atividade devido à concorrência pesada com o mesmo setor no vizinho município de Canaã dos Carajás.

Para além desse aspecto, o fator capital humano em Parauapebas é um dos limitantes, tendo em vista que os empregos formais estão majoritariamente concentrados em duas empresas: a mineradora multinacional Vale e a Prefeitura de Parauapebas. A cidade também enfrenta dificuldades para promover inovação. Tudo isso, em conjunto, puxou-a para trás, tendo em vista que a dimensão econômica equivale a 38,1% da pontuação. Até os levantamentos nacionais feitos pelos institutos mais respeitados já estão visualizando a lamentável retração econômica do gigante do minério de ferro.

CONFIRA O RANKING DA NOTA DE COMPETITIVIDADE DAS CIDADES PARAENSES

Belém — 47,77 | 264º

Parauapebas — 47,52 | 269º

Barcarena — 46,62 | 285º

Paragominas — 45,35 | 309º

Santarém — 44,45 | 336º

Ananindeua — 44,44 | 337º

Tucuruí — 43,46 | 355º

Redenção — 43,20 | 360º

Marabá — 42,99 | 364º

Marituba — 41,87 | 375º

Altamira — 40,75 | 385º

Castanhal — 40,61 | 387º

Abaetetuba — 38,85 | 393º

Bragança — 36,57 | 399º

Cametá — 35,84 | 400º

Itaituba — 34,75 | 402º

Breves — 30,53 | 403º

Moju — 26,62 | 404º menos competitivo do Brasil

3 comentários em “Pará não tem uma cidade sequer entre as mais competitivas do Brasil

  1. Marcelo Carneiro Responder

    Pobre rico Pará! Sai das mãos de um canalha para as de outro. E tem um monte de canalhas na fila para pegar. E as cidades, então? Em Parauapebas, a disputa de canalhices é grande, mas vai dar um louco, doido varrido. Quem sabe assim quebra essa herança maldita. Triste sina essa a do Pará!

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