Canaã dos Carajás tem enfrentado problemas cada vez maiores com as queimadas ao longo dos últimos anos. Não tem outra: o verão chega, o mato seca e os incêndios se alastram por toda a cidade. Em 2017, o mês de julho registrou o aumento de quase 400% dos focos de incêndio em relação aos meses anteriores. As queimadas, registradas na zona urbana e na zona rural, acontecem, na maioria dos casos, pela ação humana. Lotes baldios e pastos são queimados para facilitar o trabalho de limpeza. O resultado final é o que todos já sabem: fumaça por todos os lados, problemas respiratórios, visuais e a irresponsável poluição da atmosfera terrestre.
Para impedir que desastres ambientais aconteçam, como em 2016 e 2017, quando o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos ficou em chamas, um Grupo de Trabalho de Combate à Incêndios foi formado no final do ano passado. A ideia é que campanhas de prevenção e conscientização da população aconteçam antes que a estação da secura chegue na região. A primeira reunião do grupo aconteceu na tarde desta terça-feira (20) na Secretaria Municipal de Agricultura. Por lá, representantes de secretarias de do governo, entidades municipais e sociedade estiveram presentes para debater as medidas necessárias para o combate às queimadas.
Secretário de Agricultura recém-empossado, Edilson Valadares se colocou à disposição para ajudar no que for preciso: “Essa é uma campanha para evitar algo que realmente nos preocupa. Em todos os anos, os focos de incêndio na zona rural e na zona urbana são muito grandes. Ano passado mesmo foi terrível esse período. Hoje o grupo se reúne aqui para debater maneiras de se evitar isso. Quem está à frente do trabalho é a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Obras com a parte operacional. Mas já estamos à disposição para todos os momentos ajudar no que for possível, maquinário, pessoas. Queremos e devemos ajudar a combater este mal.”
Jardel Mesquita, secretário de Meio Ambiente, também recém-empossado, falou sobre o trabalho que a pasta conduzirá nos próximos meses: “A ideia é que a gente comece com um trabalho de educação ambiental, de conscientização. Queremos conversar com a comunidade e entender quais são as demandas e no que podemos ajudar. Vamos sentar com a população para saber o que está provocando essas queimadas e propor alternativas. Além do diálogo, faremos, é claro, a fiscalização. Temos equipamentos de sensoriamento remoto e imagens de satélites que se atualizam a cada 24 horas. Tudo isso servirá para que a gente identifique os locais em que os incêndios começaram e possamos identificar culpados. Se for identificado o crime ambiental, faremos as autuações e vamos entrar junto ao Ministério Público para verificar a conduta criminosa. Mas a nossa intenção principal é a educação.”
Além da Agricultura e do Meio Ambiente, representantes do Código de Postura, Agência Canaã, Vale e Associação de Produtores Rurais estiveram presentes na reunião e se colocaram à disposição para ajudar nas campanhas. De acordo com a organização, os trabalhos preventivos serão divulgados em veículos de comunicação de toda a região com o intuito de que mais pessoas possam saber o que fazer para construir uma cidade melhor para se viver.