Mesmo faltando computar o resultado de dezembro, já é possível afirmar que o Pará registrou no ano passado os piores indicadores de produção industrial do país, entre todos os 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta sexta-feira (13), o IBGE divulgou a produção industrial oficial de novembro, e a maior economia do Norte recuou 5,2% no comparativo com outubro, o pior desempenho nacional.
O Blog do Zé Dudu analisou a performance do Pará, também, no confronto com novembro do ano passado, e a queda nesse ponto de análise foi de 16,5%, nada visto em nenhuma outra região. No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, a queda da atividade industrial paraense foi de 8,9%, a mais brusca do Brasil.
Isso já era esperado, conforme o Blog do Zé Dudu projetava, uma vez que a indústria paraense é altamente dependente da atividade mineradora, que responde por 80% do volume físico produzido no estado. O carregamento de minério de ferro — saído dos municípios de Canaã dos Carajás, Parauapebas e Curionópolis, que compõem o cinturão do complexo de Carajás — é o carro-chefe da economia estadual e recuou frente a anos anteriores.
Como o Blog previra, ao se debruçar sobre os números das exportações do Ministério da Economia, 2022 definitivamente não foi o ano da economia paraense, que é guiada pela indústria extrativa mineral, setor que apresentou o maior encolhimento — tanto físico quanto financeiro — dos últimos três anos. A economia dos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, maiores produtores nacionais de ferro, também foi à lona, mas a contabilidade da depressão de 2022 só virá à tona em 2024, na divulgação oficial do Produto Interno Bruno (PIB), pesquisa que é feita com dois anos de atraso dos dados.
O reflexo da retração é sensivelmente captado pelo levantamento industrial do IBGE, que apontou o Pará como o local de maior queda do país ao longo do ano passado, ainda que à ausência do resultado de dezembro, o qual só será liberado em fevereiro. Mesmo assim, a julgar pelos dados do Ministério da Economia para dezembro, a indústria paraense poderá cair mais ainda e fechar o consolidado de 2022 com a maior regressão na atividade industrial dos últimos 12 anos.