O Ministério da Saúde (MS) confirmou o primeiro caso de fungo preto registrado no Pará associado à Covid-19. O caso foi confirmado em um paciente no município de Conceição do Araguaia, no sul do Pará.
De acordo com o MS, o país confirmou 29 casos de mucormicose ou “fungo preto”. Quatro deles, notificados à pasta até 27 de maio, se deram em pacientes que tiveram covid-19. Entre esses quatro, está o registrado em Conceição do Araguaia.
Esse é o primeiro caso do fungo registrado no Pará. Os outros três foram confirmados em Fortaleza (CE), Natal (RN) e São Paulo (SP).
O fungo é encontrado em locais úmidos e quentes e tido como doença não contagiosa, mas tem quadros potencializados em pessoas com problemas de saúde, como diabetes, ou que fazem uso de medicamentos para diminuir a capacidade do corpo de combater germes e doenças, como imunossupressores e corticoides (em alguns locais, usados contra inflamações geradas pela covid-19).
Para especialistas, o fato de as pessoas estarem com sistema imunológico enfraquecido pelo coronavírus contribui para a proliferação da mucormicose de forma mais grave. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), embora seja uma doença rara, a taxa de mortalidade do “fungo preto” é alta, em torno de 54%, requerendo tratamento rápido.
Ainda sem fazer parte das estatísticas do Ministério da Saúde, um caso foi notificado em Recife (PE), esta semana, e um caso com óbito foi registrado em Manaus (AM), no começo deste mês. Os casos registrados não estão atrelados a casos de Covid-19.
De acordo com o MS, “a ocorrência dos casos de mucormicose registrados no Brasil, não tem, até o momento, relação com possíveis variantes do SARS-CoV-2”. O “fungo preto” começou a ter alta de casos na Índia, em maio deste ano, entre pessoas atingidas pelo novo coronavírus. Naquele país, com alta incidência e mortes por covid-19, já foram registrados cerca de 9 mil casos entre as vítimas do novo coronavírus, com 90 óbitos.
Tina DeBord