Promessas de campanha à parte, está longe de o governo de Helder Barbalho reinventar a roda ou a pólvora combusta. Muito embora ele tenha conseguido arrecadar quase R$ 1,5 bilhão a mais no primeiro semestre de sua gestão em relação ao mesmo período do ano anterior, quando Simão Jatene era governador, praticamente nada mudou.
Quando posto lado a lado com as demais Unidades da Federação, o Pará passa vergonha até na capacidade de gerar receita para atender as demandas da sociedade, sempre nas últimas posições. O “gigante do Norte” continua de mal a pior, e o reflexo disso é sua baixa atratividade para negócios, tendo em vista herdar indicadores gravemente ruins nas áreas de segurança, saneamento básico, educação, saúde e igualdade social.
O Blog do Zé Dudu fez um levantamento inédito, a partir de dados consolidados de arrecadação do 3º bimestre, de todas as Unidades da Federação, e dividiu a receita corrente líquida apurada no período de um ano (entre julho de 2018 e junho de 2019) pelo total de habitantes. O resultado é lamentável: em 12 meses, o Governo do Pará arrecada R$ 2.288 por pessoa — é como se o estado, mesmo arrecadando muitos bilhões, tivesse em tese apenas isso para investir em benefício de cada paraense.
Estados como Tocantins, Acre, Amapá e Roraima, mais recentes e altamente sustentados com recursos da União, têm média de arrecadação superior — em dobro ou triplo. Mas é Mato Grosso o grande destaque: sua produção elevadíssima de grãos e sua pecuária, aliadas a uma gestão eficiente e que torna o estado atrativo para investidores, turbinam o caixa do Poder Executivo estadual e promovem um receita líquida de R$ 15,6 bilhões que, dividida para quase 3,5 milhões de habitantes, rende R$ 4.540 para investimento médio, o dobro do potencial do Pará, cuja economia é sustentada majoritariamente pela atividade mineral — e, nesse quesito, apenas a mineradora multinacional Vale contribui com 15,5% da produção de riquezas expressa em Produto Interno Bruto (PIB).
Confira com exclusividade a receita corrente líquida dos governos das Unidades da Federação, o tamanho da população governada e a arrecadação média por habitante de cada uma, com o Pará na 4ª pior posição da lista, só não superado pelos estados do Maranhão, Bahia e Ceará!