A maior economia da Região Norte despencou feio nos indicadores de atividade industrial mensurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados na manhã desta quinta-feira (14). Os dados são referentes a novembro de 2020 e mostram que o Pará apresentou retração de 5,3% frente a outubro, o pior desempenho entre os 15 locais pesquisados pelo instituto. Além disso, a indústria paraense apresentou recuo de 4,6% no comparativo com novembro de 2019.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os microdados para entender as razões pelas quais a produção física paraense desabou na reta final de 2020, após os altos e baixos do ano, em decorrência da pandemia do coronavírus. Os fundamentos para a desaceleração da atividade industrial do estado não são tão óbvias, mas são elucidadas em sua principal commodity: o minério de ferro.
É que o minério é o principal produto da cesta física do Pará, isto é, faz o maior volume no bojo da produção industrial. E ela ficou menor no cômputo geral, principalmente em Parauapebas. No maior produtor nacional, o volume de ferro em novembro de 2020, de 9,475 milhões de toneladas, foi inferior à produção de 2019, de 9,617 milhões de toneladas. Em Canaã dos Carajás, a queda foi leve, tendo passado de 6,916 milhões de toneladas em 2019 para 6,901 milhões em 2020.
Diferentemente do impacto disso na balança comercial, que não foi sentido tendo em vista a subida de preço da tonelada do minério no mercado internacional, a produção física é sensível porque trabalha com o chamado chão de fábrica, além de carregamentos e estoques. Por conta disso, qualquer “quedinha” pode refletir numericamente em vários recortes de análise. Tanto que, além apresentar retração em novembro frente a outubro de 2020 e perante novembro de 2019, a produção paraense retraiu 0,4% no acumulado do ano (de janeiro a novembro de 2020) e apresentou recuo de 0,2% em 12 meses corridos.
No geral, a produção industrial do Brasil avançou 1,2% em novembro do ano passado e chega a 2,8% no confronto com novembro de 2019. No acumulado do ano, até novembro, o país registra queda de 5,5% e também cai 5,2% em 12 meses corridos.