O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o número oficial de inscritos na edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a maior porta de acesso ao ensino superior público do país. O Pará tem 279.603 candidatos aptos a fazerem as provas do exame, que ocorre nos dias 3 e 10 de novembro. É como se uma população inteira do tamanho de Marabá se movimentasse exclusivamente para o Enem no estado.
As principais instituições de ensino paraenses, como a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), a Universidade do Estado do Pará (Uepa), a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e o Instituto Federal do Pará (IFPA) lançam mão das notas do Enem para seleção de novos alunos regulares.
Em termos de volume, o Pará só perde para São Paulo (816 mil), Minas Gerais (535 mil), Bahia (395 mil), Rio de Janeiro (340 mil) e Ceará (295 mil) em quantidade de inscritos. A edição deste ano tem 5.095.382 candidatos na disputa. O número ainda pode subir porque algumas inscrições ainda se encontram em análise de recurso.
As mulheres este ano totalizam 168.681 inscritas, o correspondente a 60,3% do total. A maioria dos candidatos tem 18 anos (35.172) e declarou cor parda (191.446). As cidades que mais têm candidatos são Belém (79.512), Ananindeua (23.2016), Santarém (16.762), Marabá (13.196), Parauapebas (8.265), Castanhal (7.930), Altamira (7.255), Abaetetuba (6.956) e Cametá (6.779).
O Blog do Zé Dudu levantou que, no ano passado, o Enem registrou 283.861 inscritos no Pará, número pouco maior em relação a este ano — eram 113.668 homens e 170.193 mulheres. Desse total, 209.575 estiveram presentes aos dois dias de prova, o correspondente a 73,8% do total.
2º pior ensino médio
Em meio ao volume considerável de inscritos, um quarto está concluindo o ensino médio este ano e, entre estes, 73% vêm de escolas públicas. O Pará, não é demais lembrar, possui a 2ª pior rede de ensino médio público do país, com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apurado em 2,8 na última avaliação do Ministério da Educação (MEC), de 2017. Só a Bahia conseguiu nota ainda pior: 2,7. A meta projetada para o estado nortista, nota 4 em 2017, parece inalcançável até mesmo este ano, em que será realizado o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do qual será apurado o novo Ideb.
Nas escolas paraenses de ensino médio, só 15 ou 16 alunos, de cada 100, dominam português e apenas 4 têm aprendizado adequado em matemática.