Pará tem ‘um Parauapebas’ de desempregados, diz IBGE

São quase 300 mil cidadãos “de cara pra cima” no estado, ainda assim é menor volume dos últimos três anos. Taxa de desocupação paraense é de 6,9%, acima da média nacional, de 6,4%. Pará paga uma das piores remunerações médias do país enquanto em Belém a média é praticamente metade de Vitória

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Cerca de 292 mil paraenses com mais de 14 anos estavam desempregados no Pará no final de outubro, uma quantidade de pessoas equivalente à atual população de Parauapebas, estimada em 298 mil residentes. Ainda assim, é o menor volume de trabalhadores desocupados dos últimos três anos e a taxa de desemprego é de 6,9%, muito próxima da média nacional, de 6,4%.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T) divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um ano atrás, o Pará tinha 331 mil paraenses desocupados e há dois anos eram 369 mil. A redução se deve ao desempenho constante do estado na geração de postos de trabalho com carteira assinada, notadamente nos setores de construção civil e serviços dos municípios de Belém, Canaã dos Carajás, Marabá e Castanhal, que juntos criaram 24 mil empregos formais de janeiro a setembro deste ano, de acordo com o Ministério do Trabalho.

Apesar da retração nos indicadores de desemprego, o Pará continua sendo o 7º estado do Brasil em número de desocupados, atrás apenas de São Paulo (1,593 milhão), Rio de Janeiro (774 mil), Bahia (681 mil), Minas Gerais (575 mil), Pernambuco (456 mil) e Rio Grande do Sul (319 mil). Além disso, o Pará é o campeão nacional em taxa de informalidade, segundo o IBGE, com 56,9% de sua força de trabalho ocupada nessa condição.

7ª menor remuneração

O trabalhador paraense também recebe uma das piores remunerações médias do país. De acordo com os dados da PnadC-T, a média no Pará é de R$ 2.351, acima apenas das médias de Amazonas (R$ 2.334), Pernambuco (R$ 2.327), Alagoas (R$ 2.274), Ceará (R$ 2.127), Maranhão (R$ 2.085) e Bahia (R$ 2.073). Na outra ponta, Distrito Federal (R$ 5.577), São Paulo (R$ 4.051) e Rio de Janeiro (R$ 3.832) apresentam os maiores ganhos.

Entre as capitais, Belém tem a 10ª menor média de remuneração, com R$ 3.338 para o trabalhador. É, ainda assim, superior à média de metrópoles como Fortaleza (R$ 3.164), São Luís (R$ 3.118), Manaus (R$ 2.770) e Salvador (R$ 2.755). No entanto, é quase metade do que ganha um trabalhador em Vitória (R$ 6.306) ou Florianópolis (R$ 6.198), capitais com os melhores salários do país, seguidas de Porto Alegre (R$ 5.448), Brasília (R$ 5.403) e São Paulo (R$ 5.345).

Os dados da PnadC-T não contemplam informações em nível municipal, à exceção das capitais, e por isso municípios economicamente importantes do Pará, como Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá, não são contemplados com o detalhamento da situação local.