A campanha nacional de vacinação contra a gripe Influenza A, transmitida pelo vírus H1N1, está prevista para ocorrer no período de 30 de abril a 20 de maio. No Pará, 1,8 milhão de doses da vacina devem ser distribuídas. Devem ser imunizadas, em um primeiro momento, pessoas do grupo de risco, como grávidas, crianças de 6 meses a 4 anos, trabalhadores da área da saúde, mulheres lactantes, índios, presidiários, funcionários do sistema penal, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, pessoas a partir de 60 anos, hipertensos, renais crônicos e diabéticos.
“Anualmente temos essa vacinação, mas, além disso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) dá palestras sobre o assunto, enfatizando os sintomas, as complicações e os cuidados”, diz a chefe de Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sespa, Fátima Chaves.
O H1N1 – que é uma recombinação entre o vírus humano e o suíno – circula no mundo todo. O avanço recente no número de casos registrados no Brasil se dá pelo aumento de virolência, ou seja, o vírus ficou mais agressivo, com ação mais danosa. “Para combatê-lo não basta só vacinar, é preciso mudar os hábitos também. Não são os sintomas que matam, e sim as complicações, como pneumonia, insuficiência respiratória aguda e pouca oxigenação do cérebro, a chamada hipoxia”, explica a infectologista e professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa) Consuelo Oliveira.
A confirmação do diagnóstico é feita após análise da secreção do paciente nos primeiros dias. No Pará, dois lugares estão aptos para fazer os exames: o Instituto Evandro Chagas e o Laboratório Central (Lacen), porém não são todos os casos que são submetidos à análise. “Os exames só são feitos em casos graves, quando a secretaria é acionada pelas unidades se saúde”, adverte Consuelo Oliveira.
Prevenção – A gripe provocada pelo H1N1, em muitos casos, dura em média de sete a dez dias. Os sintomas são parecidos com a dengue, exceto as complicações por problemas respiratórias. O quadro apresenta tosse, febre alta, coriza, espirro, dor de cabeça e no corpo e abatimento. O contágio se dá via partículas respiratórias, como tosse e espirro.
O tratamento inicial é com o mínimo de medicamento, vitamina C e a ingestão de bastante líquido, além de repouso. “Deve-se tomar remédios sintomáticos, ou seja, para febre, tosse, sempre que precisar, porém sob prescrição médica”, orienta a infectologista. Diante de sinais de insuficiência respiratória (dispneia), cor arroxeada dos dedos e boca (cianose) e batimento de asa de nariz (mais comum em crianças pequenas), o indicado é procurar um atendimento médico para que, se necessário, seja feito um tratamento a base de Tamiflu.
Diante dos recentes casos, é preciso tomar cuidados simples e básicos para evitar a doença. Lavar bem as mãos com água e sabão, fazer constantes higienizações com álcool em gel e não ficar em lugares com grande concentração são algumas ações cotidianas que ajudam na prevenção.
Existem dois tipos da vacina contra o H1N1: a trivalente e a quadrivalente. A primeira contém vírus inativo de H1N1, H3N2 e uma cepa (tipo) de influenza B; a outra apresenta, além desses três tipos de vírus, outra cepa de influenza B, deixando o organismo com uma cobertura mais abrangente. “É importante destacar que não existe uma melhor. As duas têm valor e atuam sobre o problema do mesmo jeito”, assegura Consuelo Oliveira. A vacina serve para incentivar a produção de anticorpo contra a doença. O mais recente boletim divulgado pela Sespa mostra que o Pará notificou, até o dia 29 de março de 2016, 24 casos de H1N1, com quatro confirmações e uma morte.