Exatos 6.111 novos empregos formais foram criados no Pará no mês passado, um número sem igual para um mês de agosto nos últimos cinco anos. Os dados do mercado de trabalho foram liberados na tarde desta quarta-feira (25) pelo Ministério da Economia, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O Blog do Zé Dudu acessou os microdados da pesquisa, com exclusividade, e constatou que 83 municípios paraenses fecharam o balanço no azul, com mais contratações que demissões; dez tiveram saldo zerado, com contratações em pé de igualdade com as demissões; e 45 encerraram o mês no vermelho, com mais demissões que admissões. Sete municípios paraenses não tiveram menção no Caged de agosto porque não registraram uma movimentação sequer de trabalhadores, isto é, nem contrataram, nem demitiram.
A boa notícia é que quem estava gerando emprego de vento em popa, como Parauapebas e Marabá, segue firme e forte. E quem — como Ananindeua, Tailândia e Novo Repartimento — queria entrar para o seleto grupo de meca das oportunidades agora encontrou o rumo. As notícias só não foram animadoras para as localidades de Vitória do Xingu, que demitiu 499 trabalhadores ainda por efeito do acionamento das turbinas da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, para Óbidos, que desligou 119 trabalhadores, e Salinópolis, que distratou 99, entre outras localidades.
Ananindeua no topo
De cada 100 empregos com carteira assinada que o Brasil criou no mês passado, ao menos um se deu no município metropolitano de Ananindeua. Emendado à capital, Belém, com quem divide limites apenas por ruas e avenidas, Ananindeua deu uma pausa em tanta notícia ruim na agenda nacional (desemprego, falta de saneamento básico e taxa altíssima de homicídios) para tentar escrever um novo capítulo em sua história.
No mês passado, o segundo município mais populoso do Pará ostentou 1.318 contratações formais, o que o tornou o 14º lugar do país que mais criou oportunidades. Até a capital, com suas 203 vagas abertas, sentiu-se constrangida com a avanço de Ananindeua, que viu os setores de comércio e serviços prosperarem como há muito tempo não ocorria.
Parauapebas soberano
No acumulado de janeiro a agosto, Parauapebas é o 9º município do país que mais criou empregos com carteira assinada até o momento. É um recorde que pode sufocar todos os recordes anteriores alcançados pela própria capital do minério. Só no mês passado Parauapebas criou 1.045 oportunidades e ficou na 20ª colocação nacional.
Se mantiver o pique, o município poderá tocar a geração de 6.000 postos de trabalho líquidos este ano. Até o momento, são 4.643 novas admissões. O Blog levantou de forma inédita que apenas São Paulo-SP (58.889), Belo Horizonte-MG (17.085), Curitiba-PR (16.793), Brasília-DF (13.389), Manaus-AM (8.558), Joinville-SC (7.045), Dourados-MS (5.857) e São Luís-MA (4.822) criaram até o momento mais vagas formais que Parauapebas. Só esses — e vale lembrar que o Brasil tem 5.570 municípios.
Marabá em boa forma
Outro também que vem arrebentando com a boca do balão no acumulado do ano é Marabá, que em oito meses fechados acumula 1.358 novos trabalhadores adicionados ao mercado formal e está entre os 100 municípios brasileiros que mais geraram emprego durante este ano. No mês passado, inclusive, o saldo marabaense ficou positivo em 420 postos, o quarto melhor desempenho estadual após Ananindeua, Parauapebas e Tailândia, este o qual contabilizou 545 admissões.
Para fechar o topo dos municípios que, no momento, mais empregam no Pará, o Blog registra a presença de Novo Repartimento (saldo de 405 empregos formais), Dom Eliseu (338), Castanhal (290), Xinguara (283), Paragominas (220) e Acará (218). Também foram expressivas as contratações realizadas em Santarém (213 contratações de saldo), Belém, Marituba (146), Redenção (95), Santana do Araguaia (83), Tucuruí (72), Oriximiná (66), Itaituba e Tomé-Açu (empatados com 62) e Goianésia do Pará (60).