É oficial e já não causa mais estranheza: o paraense está entre os brasileiros que sobrevivem com menos do mínimo por mês no país. Com R$ 863 por pessoa, em média, esse é o 8º pior rendimento da nação, inferior até mesmo ao salário mínimo, que atualmente é de R$ 998. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é referente a 2018. Ela é importante porque serve de parâmetro para que o Tribunal de Contas da União (TCU) estabeleça os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), com base na Lei Complementar 143, de 2013.
A informação não é novidade porque o Blog do Zé Dudu sempre tem destacado, de forma recorrente, a precariedade das condições de vida da população paraense, o que terá impactos nefastos nos próximos anos, sobretudo na conformação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) a ser calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) a partir dos dados do censo demográfico que será realizado em 2020.
Hoje, só ganha menos que o paraense quem mora no Amapá (R$ 857), Ceará (R$ 855), Bahia (R$ 841), Piauí (R$ 817), Amazonas (R$ 791), Alagoas (R$ 714) e Maranhão (R$ 605). Apesar de ser pífio, há que se considerar que o rendimento do paraense foi um dos que mais avançaram em relação a 2017, quando o valor era de apenas R$ 715. Em 2017, o paraense tinha a 3ª pior renda do país, só “superada” por Alagoas (R$ 658) e pelo lanterninha Maranhão (R$ 597).
Segundo o IBGE, os maiores rendimentos do país estão no Distrito Federal (R$ 2.460), São Paulo (R$ 1.898), Rio Grande do Sul (R$ 1.705) e Rio de Janeiro (R$ 1.689). A renda média de um brasileiro, de R$ 1.373, é uma vez e meia maior que a do paraense. Na Região Norte, o maior rendimento é de quem mora em Roraima, R$ 1.204. Nenhum estado das regiões Norte e Nordeste conseguiu alcançar a média nacional.
Nas contas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo necessário para um paraense — ou um brasileiro qualquer — sobreviver de maneira digna é de, pelo menos, R$ 3.928,73. O atual rendimento do Pará está defasado com o necessário ideal em pelo menos 20 anos. Segundo o Dieese, o mínimo necessário em dezembro de 1998 era R$ 857,66, o valor mais próximo do atual rendimento do paraense.
1 comentário em “Paraense tem uma das 10 piores rendas mensais do Brasil, mostra IBGE”
Sempre acompanho as publicações e vejo todas nessa linha de desenvolvimento. É absurdo como o Pará chegou a este ponto e Belém também. Não tem como parabenizar o site porque as verdades são duras demais. Mas são verdades e obrigado por nos mostrá-las.