Paragominas é a cidade paraense mais rica no agronegócio, segundo IBGE

Liderança se estende também para toda a Região Norte do país

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O município de Paragominas, localizado no nordeste do Pará, se destaca como o mais rico do estado e da Região Norte no agronegócio. É o que confirma um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado no último mês e relativo a 2022, que analisou a área de colheita, rendimento, produção das lavouras e seus valores.

Como o Blog noticiou no ano passado, Paragominas se consolidou por meio de um crescimento notório e rápido nos cenários nacional e estadual, devido à alta performance de produção, figurando no 61ª lugar na lista de cidades mais ricas do Brasil, com mais de R$ 2 bilhões em valor produzido no último ano.

“O município tem se tornado cada vez mais um exemplo nacional de desenvolvimento econômico agropecuário aliado à inovação, tecnologia e sustentabilidade,” descreve Bazílio Carloto, diretor-presidente da COOPERNORTE, maior cooperativa agroindustrial da Região Norte. Ele considera a posição nas listas do IBGE um reconhecimento do potencial notável do município no setor agrícola e pecuário.

Seu carro-chefe, a soja, seguida do milho em grão, movimenta os grandes produtores e viu um crescimento de cerca de 15% de colheita na safra atual em relação ao ano anterior. A agricultura familiar investe também no cultivo do açaí como incremento da renda. O fruto, em plantação combinada com cacau, ipê e banana, faz parte de um projeto de reflorestamento do governo, voltado a áreas abandonadas ou consideradas improdutivas. 

Da lista suja à lista verde

Em 2008, quando Paragominas foi incluída em uma lista criada pelo Ministério do Meio Ambiente dos municípios que mais desmatavam a floresta amazônica, foi um momento difícil para seu progresso. “Uma vez na lista, o município passa a ser prioritário para ação de fiscalização. Ninguém no município pode ter acesso a qualquer crédito rural e isso passa a se tornar um problema coletivo,” explicou a advogada Brenda Brito, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), ao portal ((o))eco.

O problema coletivo pediu uma solução também coletiva. O atual prefeito, Dr. João Lucídio Lobato Paes (PSD), conta que o esforço precisou do apoio e cooperação dos diversos setores da sociedade civil para mudar o cenário. Um pacto pelo desmatamento zero e a cooperação com entidades ambientais permitiu o diagnóstico e definição de uma estratégia que rendeu frutos.

Além de se tornar o primeiro município da Amazônia a não apenas sair da lista suja, como virar referência para a preservação, uma nova indústria surgiu ali: o agronegócio. E com ele, o desenvolvimento de uma infraestrutura de suporte que fortalece tanto Paragominas e região como o estado como um todo.

“Melhoria do escoamento nas estradas, nas declarações ambientais, na capacitação, no treinamento dos nossos técnicos para dar sequência às demandas provenientes do pequeno agricultor, da agricultura familiar e do grande agricultor,” elencou João Lucídio ao Blog, citando que cabe ao gestor facilitar, por meio de políticas públicas, tais fatores para um melhor resultado. 

Ele frisou ainda a parceria com o governo do Pará para alavancar cada vez mais um desenvolvimento sustentável, a preservação da floresta e a bioeconomia. “Hoje, já estamos atribuindo tudo isso ao Paragoclima, onde nós estamos desenvolvendo políticas públicas para a redução de emissão de gases do efeito estufa, com a neutralidade em carbono,” concluiu.

“O Paragoclima amplia a nossa agenda para além da preservação florestal: o cuidado com o descarte do lixo, com os afluentes, com uso exacerbado dos automóveis, com a emissão de gases do efeito estufa,” detalhou Amanda Purger, secretária de Meio Ambiente de Paragominas, durante cerimônia de assinatura do Pacto pelo Clima, em maio deste ano. A iniciativa busca zerar a emissão de carbono até 2030. “Paralelamente, a gente também precisa cuidar da floresta, já que as árvores são indispensáveis no sequestro de carbono”.