Parauapebas completa hoje, 10 de maio, 22 anos de emancipação política.
De lá para cá assumiram a prefeitura municipal o médico e atual vereador Faisal Salmen, o comerciante Francisco Alves, o Chico das Cortinas, a socióloga e atual deputada federal Ana Isabel Mesquita e o professor Darci Lermen. Cada qual com sua maneira de administrar, construíram uma parcela da Parauapebas que hoje se apresenta.
Da pequena cidade que nasceu ao pé da Serra dos Carajás, em 1988, com apenas dois bairros: Rio Verde e Cidade Nova, este último planejado pela então Cia Vale do Rio Doce atendendo a exigências dos investidores, Parauapebas é hoje uma grande cidade que já conta com 25 bairros: Altamira, Bairro da Paz, Bela Vista, Beira Rio I, Beira Rio II, Betânia, Caetanópolis, Casas Populares I, Casas Populares II, Cidade Nova, Guanabara, Jardim América, Jardim Canadá, Liberdade I, Liberdade II, Maranhense, Nova Carajás, Nova Vida, Novo Brasil, Novo Horizonte, Primavera, Rio Verde, Vale dos Carajás, Vila Rica, União, e a cada dia parece surgir um novo.
A extração do minério de ferro representa a principal fonte de recursos do município empregando cerca de 8 mil pessoas diretamente e cerca de 20 mil indiretamente. Além do minério de ferro possui destaque a extração dos minérios de manganês e de ouro.
Com o senso demográfico do IBGE, que será realizado a partir de julho em todo o Brasil, acredita-se que Parauapebas revelará toda a sua pujança de crescimento. A estimativa do mesmo IBGE para 2009 era de 152, 777 habitantes. Este número certamente já foi superado se levarmos em conta que o TRE-PA fechou o cadastramento de eleitores na semana passada e os números, não oficiais, chegam à casa dos 93 mil eleitores, o quinto maior eleitorado do Estado. Acredita-se que a população está na casa dos 200 mil habitantes.
Esse crescimento vem sendo apontado pelos gestores municipais como a maior dificuldade encontrada para que se faça uma boa administração. Segundo estudos do IBGE, a população de Parauapebas cresceu cerca de 9% ao ano nos últimos anos, contra 1,3% do país e 2% do Pará. A falta de planejamento estratégico talvez seja hoje o principal problema de Parauapebas. As casas de madeira e adobe aqui vistas em meados dos anos 80 estão paulatinamente sendo trocadas por prédios e outras de alvenaria, todavia, falta água para atender a demanda, o saneamento básico atende uma pequena parcela da população, a saúde é problemática e o poder público não consegue traduzir em obras ou benfeitorias o voto de confiança alcançado nas urnas em 2008, caminhando a passos largos rumo ao ostracismo que fatalmente se tornará a administração Darci Lermen se medidas planejadas e emergenciais não forem tomadas.
Pensar na Parauapebas de 1984, quando aqui cheguei, é lembrar com saudosismo do Clube do Morro, das quadras de areia onde a molecada jogava vôlei e futebol, das amizades sinceras e desinteressadas, da implantação da mina de Carajás e da população flutuante que à época rondava nosso município. Pensar na Parauapebas de 2010 é sentir na pele o descaso e a arrogância administrativa e o despreparo inequívoco de quem sabe o que tem que ser feito, mas não sabe por onde começar, acreditando piamente que hora ou outra as coisas acontecerão como num conto de fadas.
Pensar na Parauapebas de 2020 é pensar na responsabilidade, no planejamento, na vontade política de tornar esses 7.007.737 km2, que constituem o município, auto-suficientes economicamente. É preciso que políticos, iniciativa privada e população em geral abram um diálogo de o que fazer para tornar a Parauapebas de 2020 melhor do que foi a de 1984 e do que é a de 2010.
Esse diálogo certamente apontará tópicos como a educação, segurança, saúde, emprego e renda, etc. Precisamos urgentemente discutir esse horário intermediário que é um verdadeiro crime contra o aluno; precisamos buscar novos cursos universitários e melhor aparelhar os que já existem; precisamos capacitar melhor os nossos trabalhadores para que empresas que prestam serviços em Carajás não tenham que trazer profissionais para assumirem os melhores cargos, sobrando para os que aqui vivem apenas os de segunda linha; precisamos fortalecer a bacia leiteira e incentivar financeira e economicamente a nossa pecuária; precisamos mudar a política agrícola municipal, formando associações onde os agricultores fariam a entrega de seus produtos e, em contrapartida, receberiam um preço justo e assim como insumos, sementes e defensivos subsidiados pelas associações, evitando o que acontece hoje, onde o poder público banca uma verdadeira fortuna para o transporte de colonos para as feiras municipais e mesmo assim a maioria dos produtos é importada de outros Estados; é preciso incentivar grandes empresas a se instalarem em Parauapebas, fortalecendo o comércio; é preciso um diálogo com a Vale e suas agregadas para que se mude a política de venda do minério de ferro, procurando alternativas para agregar valores ao produto aqui retirado, gerando emprego e renda para o município.
Enfim, é necessário abrir o leque de investimentos no município, cobrar mais e oferecer mais. Só assim poderemos ver empresas crescerem, vou citar aqui apenas uma, usando como exemplo do empreendedorismo do parauapebense o Hospital Santa Terezinha, em matéria publicitária no JP – Jornal de Parauapebas (pág.4 deste fim de semana) onde são mostradas fotos daquela instituição de saúde em 1985, em 1990, em 2000 e agora em 2010. Nota-se ali que uma direção progressista, sem medo de investir e investindo com responsabilidade, fizeram daquele hospital uma referência na região. Muitos outros comerciantes, industriais, pecuaristas e profissionais liberais poderiam ser citados aqui como empreendedores. Parauapebas é isso, uma cidade de empreendedores que só precisa de um pouco de boa vontade dos políticos que a governam. Essa boa vontade poderá levar o município a ser um dos mais bem estruturados do Brasil, com uma boa saúde, qualidade de vida e com inúmeras razões para que nós, parauapebenses natos ou adotados, tenhamos orgulho de dizer lá fora que moramos em Parauapebas, “uma cidade gostosa de viver”!
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3 comentários em “Parauapebas 22 anos: como estaremos em 2020?”
e acho que hoje parauapebas está com 190 mil habitantes por as casas ser muito perta da outra e ter muita casas no fundo dos quintais
Olá Ze Dudu,meu amigo, meu irmão até meu filho porque não? todos que chegamos em Parauapebas antes da Emancipação Politica, como nós que chegamos em 1984 somos como um elo de uma corrente que foi crescendo à cada pessoa que se aproximava com os mesmos sonhos e ideais, esse sentimento de orgulho de quem construiu e transformou faz de todos uma mistura de gente familia… em alguns momentos pais, irmãos filhos.. cúmplices de uma história única, privilegiados por termos, tido a oportunidade de conhecer o valor da verdadeira amizade, as serenatas nas noites sem Luz ou com muita Luz das estrelas pois a elétrica era ineficiente, dos domingos de feijoada, das realizaçôes pessoais, de cada construção enfim da grande transformação de um povoado em uma cidade promissora. Imaginar nossa cidade para mais 20 anos, é sonhar que as pessoas serão comprometidas principalmente com quem vai morar dentro das paredes das milhares de construçôe que com certeza serão o futuro de nossa cidade, que as crianças e jovens terão escolas com mais qualidade, que a saúde será garantida para todos, que a cultura seja realmente compartilhada com a população tão rica em diversidade, que Deus, na sua infinita bondade, transfome nosso jovens em homens justos e cidadãos conscientes de seu direitos e deveres. Que todos nós, população de Parauapebas, possamos comemorar os 22 anos de desenvovimento com a certeza de que esta é uma conquista de todos e que, a solidariedade, o conhecimento, a lealdade, a ousadia e nosso imenso amor nos permita vivermos muito mais para comemorarmos os muitos anos que virão. PARABENS PARAUAPEBAS, e viva Nós que te construimos! bjs Zé!
Saudades de você, bjs