Embora a Fadesp (Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa), entidade responsável pelo concurso público da Prefeitura de Parauapebas, tenha informado, ontem, domingo (26), que a prova para as vagas de auxiliar administrativo não seria cancelada por causa de uma tentativa de fraude, o delegado de Polícia Civil Gabriel Henrique Alves Costa, responsável pelo caso, vê claros indícios de ilicitude.
Ele disse, em coletiva, nesta segunda-feira (27), que abriu inquérito e vai a fundo nas investigações, uma vez que a acusada, Raimunda Arruda de Lima, flagrada com ponto eletrônico, recebendo informações de fora do local em que estava sendo aplicada a prova, já tinha anotadas, no verso do cartão de inscrição encontrado com ela, as respostas das questões de 01 a 50, sem que alguém, àquela altura, às 9h30, tivesse saído com o gabarito da prova, o que só era permitido, conforme o edital do certame, após às 10h.
A suspeita de que a prova vazou, de alguma forma, antes do início, se confirmou hoje, quando o gabarito foi divulgado oficialmente pela Fadesp: “Na data de hoje [27], para surpresa da Polícia Civil, comprovamos que o gabarito que com ela estava, no verso do cartão, corresponde realmente ao gabarito oficial que foi divulgado. Vale ressaltar que a detenção dela foi por volta das 9h30 conforme os policiais. Horário este em que não poderia ter saído nenhuma pessoa do concurso público com uma prova, não é?”
“Nós estamos instaurando um inquérito para apurar se há uma quadrilha por trás dessas informações que ela [Raimunda] recebeu no ponto eletrônico”, disse Gabriel Henrique, afirmando que mulher mentiu no depoimento: “Ela informou que, depois de descer da van, pegou uma mototaxista para levá-la até o local da prova e, nesse local e nesse trajeto, ele ofereceu para ela o ponto eletrônico e ela aceitou. Indagada sobre qual a quantia que ela tinha pago, ela não soube informar e falou que, depois com a aprovação, ela procuraria o ponto de mototaxista, mas não sabia qual a moto nem qual o jeito dele”.
O delegado já solicitou imagens de câmeras de vigilância para verificar se Raimunda apanhou a moto mesmo no ponto mototáxi, assim que desembarcou da van. Ela é da zona rural, da Vila Palmares 2, onde foi ministrado um curso preparatório para os candidatos. Gabriel Henrique quer verificar de mais alguém desse curso teria sido beneficiado pela fraude.
Ele acredita que os indícios são muito fortes e disse que, assim que o inquérito for concluído, será enviado ao Ministério Público Estadual, que vai determinar se o concurso será ou não cancelado. Quanto a Raimunda Arruda de Lima, ela foi autuada no artigo 311-A, do Código Penal Brasileiro, “utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de concurso público”, cuja pena varia de um a quatro anos de detenção. A mulher recolheu fiança arbitrada em cinco salários mínimos – R$ 6.600,00 – e foi liberada até uma decisão da Justiça.
(Caetano Silva)
4 comentários em “Parauapebas: Delegado vê fortes indícios de fraude na prova para auxiliar administrativo e abre inquérito para investigar”
Só pede anulação quem foi mal na prova.
Caio !! Claro que não foi um caso isolado há fortes evidencias que existe uma quadrilha organizada, agindo em concursos em Parauapebas, acredito no trabalho da polícia civil…
Espero que tenha sido um caso isolado e que derruba diversas conjecturas que vejo nas redes socais, me esforcei tanto junto de meus amigos e viajamos 27h de onibus pra fazer a prova e tiramos um boa nota
Bom dia! Ao ler esta reportagem vi que há um equivoco. Nas orientações que vem no início das provas dizia que a liberação com as provas ocorreria apenas quando faltasse 60 minutos antes de término estabelecido de 12 horas, portanto só se sairia com as provas a partir das 11horas e assim se transcorreu a prova.
Mais uma informação, no momento da prova foi muito atrapalhado por uma pessoa que estava do meu lado direito que só lia cochichando, perturbou-me mas desconsiderei. Agora! com esta situação fiquei muito desconfiado.