No mês passado, Parauapebas exportou 625,9 milhões de dólares em commodities e Canaã dos Carajás, 443,32 milhões de dólares. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os dados da balança comercial por município que o Ministério da Economia liberou nesta terça-feira (8).
Líderes da produção global de minério de ferro de alto teor, Parauapebas e Canaã acumulam este ano, respectivamente, 4,97 bilhões e 3,64 bilhões de dólares em exportações, posicionando-se como 3º e 5º maiores produtores de riquezas de 2019. Juntas as duas praças de minério respondem por 67% da movimentação de commodities paraenses transacionadas com outros países.
De janeiro a setembro, o Pará exportou 12,9 bilhões de dólares em produtos e atropelou os estados de Mato Grosso (12,7 bilhões de dólares) e Paraná (11,92 bilhões de dólares), de quem começou o ano atrás. Atualmente, é o 5º do país em transações comerciais, atrás somente de São Paulo (35,59 bilhões de dólares), Rio de Janeiro (20,56 bilhões de dólares), Minas Gerais (18,55 bilhões de dólares) e Rio Grande do Sul (13,66 bilhões de dólares).
Embora espremido entre as potências econômicas brasileiras e as quais ostentam elevado grau de desenvolvimento humano, o Pará é o único megaexportador que patina em qualidade de vida e progresso social, revelando o contrassenso de gerar riquezas que abastecem o mercado consumidor internacional e, ao mesmo tempo, ter em seu território um dos maiores bolsões de miséria do Brasil.
Dados do Ministério da Cidadania, baseados no Cadastro Único e atualizados na semana passada, revelam que o Pará tem hoje 3,047 milhões de habitantes em situação de pobreza extrema. E essa realidade, muito distante dos bilhões de dólares faturados pelos grandes empreendimentos exportadores, não possui disfarces. Dos dez municípios mais pobres do país, quatro estão aqui no estado.