A Polícia Federal deflagou hoje em todo o Brasil a Operação Timóteo, que investiga a participação de pessoas ligadas ao DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral -, agentes públicos de municípios mineradores, escritórios de advogacia especializados na recuperação de recursos oriundos da mineração e pessoas que supostamente lavavam o dinheiro arrecadado com a ação criminosa.
No Pará os municípios de Belém, Parauapebas, Oriximiná e Canaã dos Carajás foram alvos da operação. No Estado foram cumpridos 8 mandados de condução coercitiva e 13 de busca e apreensão.
Um mandado de prisão temporária foi cumprido contra um funcionário da Assembleia Legislativa do Pará, em Belém. Ele, porém, não teria utilizado seu cargo para participar do esquema. Ainda em Belém, a PF cumpriu mandado de prisão temporária contra o filho do governador Jatene. Alberto (Beto) de Lima Jatene não foi encontrado no local. Segundo seu advogado, “Beto” estaria viajando, mas sua residência foi alvo de busca e apreensão de documentos.
Em Parauapebas a residência do prefeito eleito, Darci Lermen (PMDB) foi alvo de buscas. Darci não foi encontrado no local. Segundo sua assessoria, o prefeito eleito está em viagem e deverá se apresentar à PF nas próximas horas. Contra ele há um mandado de prisão temporária por quatro dias. A prisão servirá para que Darci preste esclarecimentos sobre a contratação do escritório de Jader Pazinatto pela prefeitura durante sua gestão para recuperação de recursos oriundos da mineração. Durante a gestão Darci Lermen nenhum recurso oriundo desse contrato foi recebido.
Ainda em Parauapebas, a PF esteve na residência do empresário José Rinaldo, membro do PSDB, mas ele também não foi encontrado. Segundo a família, ele estaria viajando. Zé Rinaldo não participou da gestão Darci Lermen, mas, em 2013 assumiu a secretaria de Fazenda de Parauapebas, aditivou o contrato com Jader Pazinatto e, logo depois que assumiu a pasta, efetuou pagamentos milionários ao escritório.
O contrato da PMP com o Jader Pazinato é alvo de processo que tramita no Fórum da Comarca de Parauapebas. Os valores oriundos desse contrato estão bloqueados judicialmente.
Ainda em Parauapebas foram presos temporariamente João Eduardo Fontana e Juranduy Soares Granjeiro. O primeiro era chefe de gabinete do prefeito na época da celebração do referido contrato. O segundo chefiava o Departamento de Arrecadação Municipal e atualmente é secretário de saúde. Com Juranduy, quando de sua prisão, em sua residência, foram encontrados cerca de R$300.000,00 (trezentos mil Reais) em dinheiro. Os dois foram encaminhados para a sede da Polícia Federal em Marabá e devem ser recambiados para Brasília, de onde se originou o processo que culminou com a Operação Timóteo.
Repercute a notícia de que os que não foram localizados pela PF nos locais descritos nos mandados estariam foragidos. Todavia, é sabido que para que seja considerado foragido o procurado precisa ter ciência da ordem de prisão. Se está em viagem, em tese não é foragido. Contudo, se as diligências demonstrarem que o procurado se escusa pra não ser localizado, aí sim, é considerado foragido.
Segundo apurado, José Reinaldo e Darci Lermen não tinham conhecimento dos mandados contra eles, mas, depois que foram avisados pelas famílias se dispuseram a se apresentarem para prestar os devidos esclarecimentos. É bom salientar que contra os dois existem mandados de prisão temporária por quatro dias.
Atualizando: o valor apreendido com Jurandy Soares pela Polícia Federal foi de R$258.462,00 (duzentos e cinquenta e oito mil, quatrocentos e sessenta e dois Reais).
Leia também: Entrevista com Jader Pazinato
2 comentários em “Parauapebas é alvo da Operação Timóteo, da PF”
Só se pega “tubarões” com iscas. E a ísca não pode ser maior do que o peixe que se pretende pegar. Caso contrário os tubarões não se aproximam.
A família de pessoas corruptas, qual nome se dar aquém aceita vida boa as custas do dinheiro público, saúde morta, segurança falida, educação analfabeta, reflexos da corrupção