O primeiro mês do ano foi excelente para os municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, gigantes da produção do minério de ferro que se firmaram como os mais importantes para a economia brasileira juntamente como o município petrolífero fluminense de Duque de Caxias. Em janeiro, Parauapebas exportou 840,55 milhões de dólares em commodities e Canaã, 693,52 milhões de dólares, cifras descomunais e que, em março, devem ser convertidos, no percentual de 3,5%, em pomposos royalties de mineração para irrigar as prefeituras locais.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os dados da balança comercial por município liberados nesta sexta-feira (5) pelo Ministério da Economia. O Blog observou que o resultado econômico de janeiro é, para Parauapebas, o melhor desde 2014. Para Canaã dos Carajás, é o melhor da história. Eles são atualmente o 2º e 3º que mais exportam no país, respectivamente.
Por trás desses números, uma entidade única: a mineradora multinacional Vale, que de Parauapebas exporta minérios de ferro (das minas N4E, N4W e N5) e manganês (da mina Azul) e de Canaã embarca ferro (da mina S11D) e cobre (da mina Sossego). A empresa é a única responsável por elevar os dois municípios paraenses ao posto de mais importantes para a economia nacional, já que eles compartilham com Duque de Caxias, também, a ostentação do superávit comercial, praticamente carregando o país nas costas com lucros estratosféricos.
No comparativo com 2020, as exportações de Parauapebas tiveram ganho de 300 milhões de dólares, saltando 55,5%. Já as de Canaã aumentaram 200 milhões de dólares, uma elevação de 41%. Os números são robustos e assinalam previsões feitas pelo Blog há dois anos, de que mãe (Parauapebas) e filho (Canaã dos Carajás) iniciariam a década no topo da economia nacional, com a ultrapassagem de Canaã até por volta de 2024.
Produção física
A produção de minério de ferro de Parauapebas no mês de janeiro totalizou 8,795 milhões de toneladas. Não é o período mais produtivo da história (em janeiro de 2017, por exemplo, foram exportados 11,23 milhões de toneladas, um recorde), mas é muito mais lucrativo devido à subida da tonelada do minério em comparação com anos anteriores. Hoje, uma tonelada do minério padrão, com pureza de 62%, está em 157 dólares — em janeiro de 2017 a média era de 79 dólares. Mas o minério paraense, cujo teor chega a 67%, tem direito a bônus de mais ou menos 20 dólares dado o seu diferenciado grau de pureza.
Em Canaã dos Carajás, a produção bruta de minério ficou em 6,96 milhões de toneladas, inferior à de janeiro de 2020, quando foram exportados 7,567 milhões de toneladas. A diferença, no entanto, foi compensada no preço, já que as exportações canaenses, em dólares, foram muito mais robustas em 2021 na comparação com o ano passado.