No coração do bairro Maranhão, em Parauapebas, a Escola Estadual de Tempo Integral Serafim Fernandes realizou uma ação transformadora com o Projeto Consciência Negra, que teve início em outubro e foi concluído nesta terça-feira, 19 de novembro. A iniciativa envolveu mais de 300 pessoas, entre alunos, pais e membros da comunidade escolar, e destacou a importância de valorizar a história e a cultura afro-brasileira, promovendo a igualdade racial e o combate ao racismo.
Em conformidade com a Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, o projeto realizou diversas atividades educativas e culturais ao longo de dois meses, culminando em uma grande exposição dos trabalhos realizados pelos estudantes.
Valorizando a cultura afro-brasileira
A diretora da escola, Cleudinéia Pedrosa, ressaltou o impacto positivo do projeto na comunidade escolar e a relevância de sua realização: “Esse projeto começou em outubro e foi pensado para fortalecer a autoestima dos alunos negros, desconstruir estereótipos e fomentar o respeito à diversidade. Receber mais de 300 pessoas em nossas atividades e na culminância do projeto demonstra o quanto a escola pode ser um espaço de transformação social. Estamos comprometidos em promover uma educação antirracista que valorize a história e a contribuição das populações negras para a nossa sociedade.”
Ao longo do projeto, a programação incluiu palestras, oficinas, atividades de pesquisa, jogos e apresentações culturais. Segundo Jadna Estevam, coordenadora da iniciativa, o objetivo era construir um espaço de reflexão constante sobre o legado histórico e cultural afro-brasileiro:
“A educação antirracista se constrói diariamente. É nosso papel desconstruir preconceitos e estereótipos, promovendo o respeito à diversidade e valorizando a história dos afrodescendentes. Ver o engajamento dos alunos e a presença ativa das famílias foi muito gratificante. O encerramento de hoje foi um marco, mas essa luta é contínua.”
História e ancestralidade: o depoimento que marcou o evento
Entre os momentos mais emocionantes do projeto, destacou-se o relato da professora de História, Rosemary Silva, que, como descendente de escravos, compartilhou sua conexão pessoal com o tema e a importância de transmitir essa memória histórica aos estudantes:
“Minha história é também a história de resistência dos meus antepassados, que enfrentaram adversidades extremas, mas conseguiram preservar nossa cultura e conquistar a liberdade. Ser professora de História e poder transmitir essa memória para os meus alunos é uma honra e uma responsabilidade. Esse projeto é uma oportunidade de empoderar nossos jovens negros e mostrar que eles são parte de uma trajetória de luta e conquistas.”
Para Rosemary, o projeto trouxe não apenas uma reflexão histórica, mas também um impacto profundo na autoestima dos estudantes negros: “Ao longo de outubro e novembro, vi nossos alunos mergulharem em pesquisas, se reconhecerem na história e apresentarem seus trabalhos com orgulho. A educação é uma ferramenta poderosa para transformar vidas e combater o racismo.”
Reflexão e inclusão através do esporte e cultura
A professora de Educação Física, Melina Paula, destacou a relevância de iniciativas como essa para a construção de uma sociedade mais inclusiva: “O Projeto Consciência Negra permitiu que alunos e suas famílias refletissem sobre questões raciais de maneira aberta e consciente. Trabalhar a representatividade, combater estereótipos e valorizar a identidade negra são passos essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.”
Um legado para a comunidade de Parauapebas
A culminância do Projeto Consciência Negra, realizada no dia 19 de novembro, foi marcada pela exposição dos trabalhos desenvolvidos ao longo de dois meses. Para a diretora Cleudinéia Pedrosa, o projeto reafirma o compromisso da escola com a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo:
“Esse projeto mostrou que a escola tem um papel fundamental na transformação social. O envolvimento de mais de 300 pessoas reforça a importância de valorizar a história e a cultura afro-brasileira, não apenas como uma pauta educacional, mas como uma luta contínua por respeito e igualdade.”
Uma escola comprometida com o futuro
O impacto do projeto vai além da sala de aula, alcançando famílias e membros da comunidade local. Para a coordenadora Jadna Estevam, o encerramento do projeto é apenas o começo de uma mudança que deve ser contínua:
“Finalizamos esse ciclo com muito orgulho, mas sabemos que a construção de uma educação antirracista é uma tarefa permanente. Estamos plantando sementes que, esperamos, floresçam em uma sociedade mais justa e igualitária.”
O Projeto Consciência Negra foi mais do que um marco na programação escolar; foi uma lição de história, resistência e valorização da cultura afro-brasileira. Como enalteceu a professora Rosemary Silva: “Viva a Consciência Negra! Que essa luta inspire novas gerações e nos leve a um futuro mais igualitário.”