Parauapebas, no sudeste do Pará, está entre os municípios do estado com maior incidência de casos de HIV/Aids. O aumento registrado de pessoas infectadas pelo vírus na cidade ocorre sempre após carnaval, quando muitos procuram o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), para se submeterem ao teste.
O Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que presta o atendimento às pessoas com HIV/Aids no município, revela que Parauapebas conta com 25 novos casos, todos em gestantes. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde, que registrou no período de 2021 aos primeiros meses de 2023, um crescimento do número de casos.
Para a Secretaria de Saúde, o diagnóstico do vírus em gestantes significa o risco de 25 crianças nascerem com a síndrome em Parauapebas. Em média, por ano, ainda conforme a secretaria, 15 bebês chegam ao mundo expostos ao HIV.
“A criança não nasce necessariamente com o vírus. A princípio consideramos como uma criança exposta ao HIV. A partir daí, segue em acompanhamento por um pediatra, o tempo que for necessário. Isso para ver se a criança converte o vírus ou se fica indetectável à doença”, frisou Michele Ferreira, diretora de Vigilância e Saúde de Parauapebas.
Em média, por ano, são diagnosticados 85 novos casos da doença no município. Os dados se referem à população em geral, com o registro de 15 a 18 mortes anualmente, em decorrência da Aids. Os casos são crescentes, principalmente em homens na fase considerada sexualmente ativa. O diagnóstico soropositivo atinge o público de 25 a 50 anos.
Michele Ferreira destaca que o município conta hoje com uma rede ampliada, no que se refere ao atendimento especializado a esse público, contando com um serviço que disponibiliza na rede municipal de saúde um diferencial que acaba se tornando referência para outros municípios.
“O município conta com um centro estruturado para atender as demandas. Por meio do SAE, oferecemos atendimento com o infectologista e um patologista. E, por esse trabalho ser amplo e ser uma referência na região, até munícipes de outras cidades acabam buscando Parauapebas, sendo diagnosticados no município”, destacou Michele.
Para a diretora de Vigilância e Saúde, esse número pode ser maior, já que muitas pessoas não procuram o CTA para realizar o teste, por medo do diagnóstico, o que acaba elevando o número de mortes por Aids, pois a pessoa não recebe o atendimento necessário com o coquetel antirretroviral, que garante mais tempo de vida.
Segundo a Secretaria de Saúde, este ano o órgão distribuiu de cerca de 5 mil preservativos durante o carnaval, além do trabalho educativo de orientação a população quanto à importância do uso da proteção, evitando assim o contágio de infecções sexualmente transmissíveis.
(Da Redação)