Se as 4.500 caçambas estacionárias que a Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb) de Parauapebas pretende contratar fossem seres humanos, ergueriam uma população maior que a de, pelo menos, 1.048 cidades brasileiras que, atualmente, não têm 4.500 habitantes, como Bannach, no sul do Pará, onde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), residem 3.262 moradores.
De comparativo a realidade, a Semurb soltou licitação, na modalidade pregão eletrônico (veja aqui), com vistas à contratação de caçambas metálicas com capacidade para 5 mil metros cúbicos, a fim de atender ao “serviço de armazenamento e transporte de resíduos sólidos”. O custo estimado para o serviço é de R$ 1,594 milhão. A sessão virtual para apreciação das propostas comerciais está marcada para o próximo dia 27. Por se tratar de registro de preços, não quer dizer que as 4.500 caçambas serão contratadas todas ao mesmo tempo, de uma vez — embora o número indicado pela Semurb sugira que a necessidade, nessa quantidade, existe.
O governo municipal diz que os serviços deverão ser realizados nas áreas de difícil acesso ou em locais onde seja possível implementar o sistema conteinerizado, considerando a necessidade de aperfeiçoar a execução dos serviços de armazenamento de resíduos com o uso de caçambas estacionárias, que permitem vencer desafios urbanos e geográficos, desobstruindo os logradouros e vias públicas de Parauapebas.
Resíduos lançados clandestinamente
A Semurb observa que os resíduos sólidos de construção e demolição gerados pelos munícipes são responsáveis por grande impacto ambiental, sendo, frequentemente, dispostos de maneira clandestina em terrenos baldios e outras áreas públicas nos diversos pontos críticos na cidade de Parauapebas.
“A contratação dos serviços dará melhores condições à limpeza dos referidos pontos críticos, além de trazer viabilidade econômica aos cofres públicos”, justifica a pasta, adicionando que a contratação das caçambas também atenderá a demanda de coleta de resíduos produzidos nas feiras itinerantes, como embalagens, materiais orgânicos e entulhos, dos bairros Liberdade, Guanabara e Cidade Jardim.
Dados levantados pelo Blog do Zé Dudu mostram que o orçamento autorizado para custear ações de urbanismo em Parauapebas soma R$ 173,2 milhões, dos quais R$ 123,16 milhões já estão comprometidos com empenhos. O orçamento inicial, de R$ 128,44 milhões previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, acabou se tornando insuficiente e precisou ser esticado para suportar as despesas da Semurb.