A Prefeitura de Parauapebas é destaque por ser a segunda que mais liquidou recursos do orçamento com educação no estado, atrás apenas de Belém, e ocupar o primeiro lugar no Sudeste Paraense em valores absolutos. Com R$ 293,56 milhões gastos no serviço que atendeu a pouco mais de 45 mil alunos em 2018, Parauapebas investiu, em média, R$ 6.492 por aluno.
O Blog do Zé Dudu viajou no tempo e constatou que em dez anos a Prefeitura de Parauapebas gastou impressionantes R$ 2,58 bilhões com a rede pública municipal, que atualmente assiste ao número de matrículas regredir. Em 2015, o governo tinha 5.000 alunos a mais que atualmente e consumiu R$ 23 milhões a menos em recursos para manter a rede em funcionamento. Ao longo desta década, a educação pública municipal de Parauapebas tornou-se cara demais para o que entrega, uma vez que Sobral (CE), com o mesmo tamanho populacional de Parauapebas, gastou R$ 130 milhões a menos com sua rede municipal em 2018 e, ainda assim, garante o mais elevado Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do país.
Marabá enfrenta geografia
Já a Prefeitura de Marabá gastou R$ 254,37 milhões com a educação pública municipal no ano passado. É o terceiro governo do estado com a maior despesa nesse serviço, que atende a quase 54 mil estudantes. A média de gasto por aluno ficou em R$ 4.742, uma das dez menores do Sudeste Paraense, conforme levantamento inédito do Blog.
Vale considerar que, do ponto de vista administrativo, a rede educacional de Marabá é uma das mais complexas da região porque a extensa área municipal de 15.128 quilômetros quadrados impôs, historicamente, a dispersão de dezenas de escolas na zona rural. A mesma dificuldade logística é enfrentada pela Prefeitura de São Félix do Xingu, que possui 84.213 quilômetros quadrados de superfície e é nada mais, nada menos que o 6º maior município brasileiro, dentro do qual caberiam praticamente dois estados do tamanho do Rio de Janeiro (43.782 quilômetros quadrados).
Bannach é quem mais investe
Além de Parauapebas e Marabá, maiores praças financeiras do interior do estado e cujas prefeituras são as que mais soltam dinheiro com educação, os governos de Paragominas (R$ 110,21 milhões) e Tucuruí (R$ 109,49 milhões) apresentaram gastos imponentes e superiores a R$ 100 milhões. As prefeituras de São Félix do Xingu (R$ 70,41 milhões), Redenção (R$ 63,85 milhões) e Itupiranga (R$ 53,85 milhões) também se posicionaram entre as maiores aplicadoras, na faixa entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões.
Todavia, a prefeitura que rouba a cena, no sentido de dispersar o volume de recursos entre a quantidade de matrículas, está longe das toneladas de milhões dos líderes do ranking. Pelo contrário, o município que mais investiu por aluno em educação é simplesmente o menos populoso do estado e onde ao menos um de cada quadro moradores está na sala de aula.
Bannach, que usou apenas R$ 5,73 milhões durante 2018 com sua rede de 856 matrículas, promoveu o maior investimento por aluno do sudeste do Pará: R$ 6.695. Foram cerca de R$ 200 a mais que o segundo colocado, Parauapebas. Apesar de a aplicação média por aluno não se refletir em indicadores de sucesso para Bannach, como um Ideb alto, o investimento mostra, ainda assim, que o município tem condições financeiras de proporcionalmente investir em serviços essenciais como os grandes e ricos.
No fim da fila, os menores investimentos proporcionais em educação foram patrocinados pelas prefeituras de Floresta do Araguaia (R$ 4.460), Eldorado do Carajás (R$ 4.517), Xinguara (R$ 4.488), Redenção (R$ 4.381) e, na última colocação, Santana do Araguaia (R$ 4.336).