Parauapebas pega R$ 105 milhões e Canaã embolsa R$ 90 milhões em julho com Cfem

Roda da fortuna deste mês tem, além dos 2 medalhões tradicionais, outros 6 nomes que vão ficar ainda mais milionários: Marabá, Paragominas, Oriximiná, Itaituba, Curionópolis e Juruti.

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Já diz o hino: “Parauapebas, Parauapebas, és a estrela entre milhões!” E alguém é capaz de duvidar que, pelo menos a prefeitura local, não brilhe mesmo, no Pará e no Brasil, com a “lapada” de royalties de mineração que tem faturado mensalmente? É dinheiro para endoidecer qualquer calculadora científica.

O Blog do Zé Dudu foi às contas neste 1º de julho e apurou que o governo de Darci Lermen vai receber até meados do mês R$ 104,785 milhões a título de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), em razão da atividade ininterrupta da mineradora multinacional Vale na Serra Norte de Carajás, de onde a empresa explora, embarca e mantém seus lucros colossais sobre o melhor minério de ferro comercial do mundo.

Não é a maior parcela do ano para o município, mas quase R$ 105 milhões são quase R$ 105 milhões: com essa quantia, que cai em apenas um dia, a Prefeitura de Parauapebas teria cacife para sustentar 82% das cidades brasileiras pelo ano inteiro. Traduzindo: apenas o royalty deste mês, sob comando do prefeito Darci, seria suficiente para pagar as contas de um ano inteira de 4.470 municípios.

Esperança juvenil

Ao lado de Parauapebas, Canaã dos Carajás prospera sem muita zoada. É justifica os versos de seu hino: “Seu rico solo orgulho aos teus filhos traz: o cobre, o níquel, o ouro e outros tesouros que sua terra jaz”. Da letra para a realidade, seu maior tesouro mineral, não listado na canção, fará a muito gorda conta bancária administrada por Josemira Gadelha aumentar em R$ 90,323 milhões este mês.

Canaã foi uma espécie de sobejo de Parauapebas, mãe desnaturada que não fez muita questão de, em 1994, passar o então pedaço de terra paupérrimo para frente. A “Terra Prometida” foi emancipada, sofreu calada, mas a Vale sabia que debaixo daquele pedaço de chão se escondiam fortunas incalculáveis em ouro, cobre e, principalmente, ferro. Em 2004, veio o primeiro sacode: a abertura da mina de cobre Sossego. Mas foi a partir do final de 2016, com S11D, que o pequeno Canaã dos Carajás entrou definitivamente na lista dos gigantes.

O jovem Canaã tem, hoje, mais minério de ferro medido, provado e provável que a mãe que o entregou, segundo a Vale, e não tem o temor urgente que ronda Parauapebas: a exaustão do minério. Hoje, sua prefeitura está entre as 100 mais ricas do país e já arrecada mais que duas capitais (Macapá e Rio Branco), estando pau a pau com Palmas. Na verdade, não há prefeitura alguma no Brasil que arrecade como Canaã, tomando por base no tamanho da população governada.

R$ 218 mi na roda

Este mês, 48 prefeituras paraenses vão ratear R$ 218,265 milhões em Cfem. Além dos medalhões Parauapebas e Canaã dos Carajás, imbatíveis no assunto, outras seis administrações vão receber mais de R$ 1 milhão na conta. O governo de Tião Miranda, em Marabá, por exemplo, vai embolsar R$ 9,294 milhões por produção direta de commodities, mas também terá direito a outros cerca de R$ 4 milhões em razão de ser enquadrado como município diretamente afetado pela atividade mineradora realizada por Parauapebas, especialmente por ter seu território cortado pela linha do trem da Vale. Marabá não viu Cfem “por afetado” em junho, mas não deve ficar sem o montante retroativo, que, quando cair na conta, será demais bem-vindo.

Outras prefeituras que devem ficar — ainda mais milionárias — são Paragominas (R$ 3,369 milhões), Oriximiná (R$ 2,509 milhões), Itaituba (R$ 2,478 milhões), Curionópolis (R$ 2,303 milhões) e Juruti (R$ 1,572 milhão). Confira a lista preparada pelo Blog com os valores de Cfem a que cada município faz jus este mês.

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