Parauapebas: Plim! Plim!

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Por Eldan Nato

"Parauapebas é uma cidade improvisada: cheia de favelas e áreas ocupadas irregularmente. Ela nasceu na porta da mina de Carajás. É a pobreza ao lado da riqueza do minério."

É com esta frase vergonhosa que se inicia uma das reportagens de Tônico Ferreira sobre a região de Carajás, veiculadas no Jornal da Globo. Exagerou o repórter? Não. Nem carregou na tinta, como comentaram alguns. Alguém tinha que mostrar o outro lado, que não saiu na reportagem da IstoÉ Dinheiro.

Não é a primeira vez que a região de Carajás, a mina e seus minérios, e temas derivados são abordados em uma rede de TV para todo o Brasil. É só fazer uma busca no YouTube para comprovar.O que era inédito até agora era mostrar a realidade de Parauapebas. Uma vergonha.

Podemos dizer que Parauapebas nasceu das esperanças de dias melhores de milhares de famílias que se aventuraram naqueles meados da década de 80 por estas bandas. Podemos dizer que quem faz a pujança deste lugar são as pessoas que adotaram esta terra para sobreviver. Podemos dizer tudo isso, e outras coisas que afaguem o "ego popular", inclusive dizer que "é uma injustiça culpar quem vem para esta cidade em busca de uma vida melhor pelas mazelas que existem aqui". Mas isso dependendo do "pra quê" dizemos; com qual finalidade o fazemos. E estejam certos de que não é o tempo de se ouvir isso.

O momento agora é de se ouvir coisas como a que segue: “O recurso que nós temos hoje, ele é considerável se você comparar com outros municípios. Porém ele não é suficiente para atender toda a demanda social gerada pela grande migração que vem para o nosso município, que cresce 18% ao ano”, explica Darci Lermen, prefeito de Parauapebas. O texto em itálico também é da reportagem de Tônico Ferreira.

Não se discute que Parauapebas já virou uma bolha com seus problemas sociais. Mas os verdadeiros culpados por esta bolha – ou no mínimo pelo tamanho dos problemas – são a omissão e a corrupção. Entre as esferas de poder enquanto uns não estão nem aí (nem nunca estiveram) outros não querem nem saber o que a falta de investimento pode acarretar no futuro. Resultado? Está sendo divulgado pela Globo, assim:

"surgiu uma cidade sem infraestrutura, e com muita pobreza"

A reportagem de ontem (20) citou uma verdade que sempre serviu como escudo para os prefeitos (depois de se tornarem prefeitos, é claro!) Segue o trecho:"Desde que surgiu como vila, há menos de 30 anos, Parauapebas atrai gente em busca de emprego. A cidade mantém um forte ritmo de crescimento econômico e tem grande oferta de empregos com carteira assinada. Mas as empresas precisam de montadores de estruturas, mecânicos de manutenção, operadores de máquinas e muita gente chega no local com pouco, ou nenhuma, qualificação".

A desculpa do governo – deste e de outros – convenhamos, procede de um bom argumento. O que não tem base e faz o argumento flutuar e se acabar como bolha de sabão é este blá-blá-blá não gerar contrapartidas favoráveis a mitigar o impacto desta migração. Quantas escolas técnicas e/ou profissionais já foram viabilizadas pelo poder público em Parauapebas para aproveitar o potencial dos nossos jovens e qualificar para o mercado os pais de família que já são daqui? E as universidades, com cursos que sejam úteis para nossa vocação mineral e outras vocações que poderiam ser fomentadas pensando no longo prazo? A partir daí poderia-se criar critérios até para exigir que o emprego fosse dado aos Parauapebenses com certo tempo de residência no Município. Apenas algumas questões, e apenas no campo da educação para iniciar o debate.

No Blog do Hiroshi foi publicado na última terça-feira (18) um artigo de Dário Veloso – que já foi candidato a prefeito de Parauapebas – falando a respeito da região de Carajás. Sobre o investimentos e as oportunidades que estão alavancando a nossa região, sobre o bônus e o ônus de ser uma das quatro regiões que mais crescem e vão continuar crescendo no Brasil, nos próximos anos. Em certo momento Veloso questiona:

Estaremos no fogo cruzado de novos investimentos que , a reboque da verticalização mineral, vai migrar para a nossa região.Claro que teremos, no meio de todo esse BONUS, uma parcela de ONUS. A questão que segue: Será que os municípios de nossa região , através de suas respectivas prefeituras e entidades associativas, estão se preparando para essa avalanche de acontecimentos?

Será?

Com a palavra quem tem direito.

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1 comentário em “Parauapebas: Plim! Plim!

  1. Nome (obrigatório) Responder

    Essa foi forma que a vale encontrou de bater nos politicos dessa cidade, apesar de que CVRD hoje vale também tem culpa no cartório. Nunca nessa cidade desde o primeiro prefeito que foi faisal, fizeram investimento em infra-estrutura básica, esgoto e sáude. Familia faisal ficou 8 anos no poder, Darci tambem vai fechar os 8 anos. Em todos os politicos que passaram e hoje estáo no poder, o que eles tem em comum.? Todos eles saquearam os confres publico dessa cidade. incentivaram invasões etc. Me digam o que eles deixaram de bom na história. Além do minério que sai de trem, o dinheiro do povo tambem sai nos bolsos dos politicos e secretarios. Paraupebas ja teve com administrador: Médico, Pastor, Psicologa e agora professor de filosofia, concerteza o professor ja leu o “Georg Simmel e a filosofia do dinheiro – Círculos sociais”. Reportagens virão, é parauapebas continuaram vendo o trêm passar…

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