Você já ouviu falar na “pílula do dia seguinte antiaids”? Ela existe e é ofertada gratuitamente na rede pública de saúde. Em Parauapebas, o medicamento está disponível desde 2014. A profilaxia pós-exposição, como o tratamento é chamado, pode ser encontrada no Centro Testagem e Aconselhamento (CTA). O medicamento tem como objetivo combater a infecção recente do HIV. Se a pessoa se expôs de forma sexual ou sanguínea ao vírus da Aids, a pílula evita a contaminação, criando uma barreira no sistema imunológico. Ela pode ser utilizada tanto para médicos e enfermeiros que tiveram contato com sangue de paciente, quanto para vítimas de violência sexual ou pessoas que tiveram relação sexual desprotegida com alguém infectado.
No último dia 23, o Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União o novo protocolo de diretrizes terapêuticas. Com as novas normas, todas as pessoas que tiverem enfrentado uma situação de risco para o vírus HIV passam a ter acesso aos medicamentos antiaids em qualquer serviço especializado. O coordenador do CTA, Allan Miranda, explica como o tratamento funciona: “O protocolo estabelece quais critérios e os perfis das pessoas que são indicadas, mas só quem pode determinar o uso da pílula é o médico. É uma consulta clínica onde a pessoa vai ser avaliada pelo médico e será avaliado o grau de risco a que ela se expôs. A consulta clínica é uma nova norma do protocolo”, relata o coordenador.
Para o medicamento ter eficácia, ele deve ser consumido em duas horas ou, no máximo, até 72 horas após a exposição ao vírus, e deve ser utilizado ao longo de 28 dias. “Geralmente, a pílula é administrada inicialmente na emergência do Hospital Municipal de Parauapebas, onde há médico 24 horas. Lá também temos a dose de ataque, que é a medicação dos primeiros três dias. As primeiras doses são tomadas no hospital e as demais acompanhadas pelo CTA”, destaca Allan Miranda.
A partir do momento em que pessoa inicia o esquema de medicamento é preciso se cadastrar, porque o remédio é registrado com base no número do CPF do paciente durante os 28 dias e o CTA é o órgão responsável por esse controle no município. “Não basta só tomar o remédio. Existe um protocolo que liga a pessoa ao serviço e faz o monitoramento de três a seis meses, como testes para verificar se o medicamento deu resultado ou não”.
Atualmente, de três a cinco pessoas fazem o uso do medicamento por mês no CTA, a maioria vítima de estupro e violência sexual. Houve um aumento na procura da pílula desde divulgação do protocolo pelo Ministério da Saúde. “As pessoas acham que só porque transaram sem camisa podem receber a pílula, não é assim. Tem critério, o exame clínico é bem rigoroso, o medicamento tem efeito colateral forte e pode causar alterações biológicas no organismo”, finaliza o coordenador do CTA.
O CTA está localizado na Rua P, Nº 38, Bairro União. Telefone 3346-1682.