Parauapebas fará apenas 26 anos e formamos uma miscelânea de costumes que tem a cara do Brasil. Aqui toma-se chimarrão com a mesma naturalidade com que se bebe açaí.
Quando eu era menino, só convivia com mineiros. Só conhecia um sotaque e um jeito de viver. Os meninos de 10 anos de idade, nascidos em Parauapebas convivem com pessoas dos quatro cantos desse País. Os amazonenses e os gaúchos, aqui, não falam a mesma linguagem mas se entendem perfeitamente. Os maranhenses e mineiros, bebem da mesma água. Goianos e Tocantinenses então, nem se fala. Cariocas, paulistas, piauienses e amapaenses já são daqui.
O nome disso é riqueza cultural e muita gente nem se dá conta.
Não podemos apenas ficar conhecidos como uma cidade rica, a “Capital do Minério”. Temos que começar a construir vínculos diferentes, mais positivos, com nossa cidade, semelhantes àqueles que as nossas crianças fazem.
Os meninos e meninas de nossa cidade não querem saber se aqui é a “Meca do Minério de Ferro”. Eles estão conhecendo a vida agora, fazendo amigos, criando fortes valores e fortalecendo os laços com esse lugar. As crianças de Parauapebas não vieram para cá procurando um melhor meio de vida, ou procurando emprego. Elas nasceram aqui e são os verdadeiros pioneiros e donos desse lugar. Que venham milênios nos rejuvenescendo cada vez mais.
Olinto Campos Vieira: é procurador do município, cidadão de Parauapebas e pai de dois parauapebenses